ARE contabilidade: o que é, para que serve e como montar

Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 09 dezembro, 2021

ARE Contabilidade refere-se à Apuração do Resultado do Exercício, uma das rotinas contábeis mais importantes para a manutenção e gestão financeira de um negócio.

As informações apuradas neste documento servem de base para a criação da Demonstração do Resultado de Exercício, conhecido como DRE, uma obrigação legislativa que deve ser entregue todo ano.

Ainda assim, muitos empresários se perguntam o que é ARE contabilidade e como fazer o ARE.

Neste conteúdo, vamos explicar tudo: do conceito da Apuração do Resultado do Exercício, para que serve, quais as contas lançadas no ARE e como fazer essa apuração. Vamos lá? É só continuar a leitura!

O que é ARE contabilidade?

ARE contabilidade é uma das rotinas mais importantes do setor contábil. Trata-se da Apuração do Resultado do Exercício, cujas informações servem de base para elaboração do DRE ou Demonstração do Resultado do Exercício.

Na prática, o ARE é um relatório estruturado que detalha, por meio de dados financeiros, a posição financeira e patrimonial da empresa, possibilitando a avaliação de seu desempenho no determinado exercício.

O ARE é uma conta considerada transitória, utilizada especialmente na apuração do resultado, com intuito de esclarecer a relação lucro e prejuízo da empresa.

Como mencionamos, essa rotina está totalmente atrelada à elaboração do DRE, que é uma obrigação anual definida pela Lei 6.404/76.

Para que serve a ARE? 

O principal objetivo da ARE contabilidade é esclarecer a situação econômica do negócio em um determinado período, de modo que as informações relevantes possam ser utilizadas na tomada de decisão dos empreendedores e gestores.

Com a ARE, você aprimora a gestão de seus recursos, por meio de um mergulho nas receitas, despesas, investimentos, entre outras obrigações financeiras que impactaram seu caixa.

Além disso, apesar de ser uma obrigação anual, há várias empresas que realizam a Apuração do Resultado do Exercício de maneira periódica (mensal, trimestral etc).

No fim das contas, falamos de mais um instrumento de gestão financeira, que ajuda no controle das contas a pagar e receber, bem como permite maior precisão no cumprimento do planejamento.

Determinar o lucro ou prejuízo do negócio

Na prática, quando sua empresa realiza a ARE contabilidade, basicamente mergulha nos números para verificar se houve lucro ou prejuízo.

A estruturação desse modelo não é complexa, longe disso: trata-se de uma comparação entre as receitas e despesas, entendendo como esses valores positivos e negativos impactam o patrimônio líquido contábil.

Vale lembrar que a apuração do resultado do exercício leva em conta o Regime de Competência, o que ajuda as empresas a compreender de maneira exata qual foi o lucro ou prejuízo ao longo de um período.

Isto é: não se trata simplesmente de subtrair as despesas das receitas de cada mês, pois há diversos fatores que impactam os resultados.

Sua empresa pode vender em janeiro um produto de R$ 10 mil, mas receberá o valor apenas em março. Ou você pode investir em uma nova máquina de R$ 15 mil para seu chão de fábrica e só conseguir calcular o ROI em 6 meses.

Com a ARE contabilidade (e, consequentemente, o DRE) é possível ter mais transparência sobre esses resultados e seus impactos no caixa de uma empresa.

Analisar o fluxo de caixa

Aprofundar o seu entendimento sobre o fluxo de caixa é essencial para que possa entender a saúde financeira do negócio.

Essa análise não vai lhe providenciar com exatidão a relação entre lucro e prejuízo, mas vai melhorar sua compreensão sobre todas as movimentações financeiras.

Por exemplo: todas despesas foram pagas conforme acordado ou houve erros, como pagamentos duplicados? A análise do fluxo de caixa vai oferecer esse entendimento, identificando se o saldo líquido é correspondente aos cálculos.

Esse tipo de análise é importante também para entender a liquidez corrente do negócio, ou seja, sua capacidade de quitar todas as dívidas de curto prazo.

Muitas empresas, especialmente do varejo e outros segmentos do mercado, têm o costume de terminar o mês com fluxo de caixa no vermelho — o que nem sempre significa prejuízo real, já que existem negócios que compram muito à vista, mas vendem muito a prazo.

Ou seja, por meio da apuração do resultado do exercício, é possível tirar conclusões mais precisas sobre o desempenho do seu fluxo de caixa.

Definir os tributos

Tributos como o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e o CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) são calculados tendo como base o lucro apurado pela DRE.

Por isso, é extremamente importante caprichar na apuração do resultado do exercício, já que qualquer erro se configura também em erros no pagamento dos impostos.

O que, como você deve saber, é bastante grave e pode até mesmo configurar como crime tributário.

O Princípio da Competência

O princípio da Competência é um dos regimes mais adotados pelas empresas brasileiras — e, na verdade, exigido por lei — para o registro de lançamentos contábeis.

Basicamente, significa que se a empresa realizar um investimento (despesa) em março, mas apenas pagá-lo em abril, ainda assim o lançamento será registrado em março.

O mesmo acontece para receitas que são registradas no momento em que o acordo ou contrato é firmado, e não quando o pagamento entra no seu caixa.

Ou seja, o registro respeita o período de competência da movimentação em si.

Conforme dita o eSocial, esse é o regime utilizado para apurar obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias, de modo a padronizar a gestão contábil.

O regime de competência é diferente do regime de caixa, que dita que os registros ocorram apenas quando o pagamento for efetuado (tanto para receitas como despesas).

Agora, o que queremos dizer quando falamos que o regime de competência é exigido por lei? Vamos lá:

É estabelecido no item 22 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis que este princípio seja utilizado para realizar as demonstrações contábeis.

É por isso que é utilizado para montar o DRE, pois permite uma visão ampliada sobre as despesas e receitas, entendendo de maneira geral como as movimentações impactaram a empresa em determinado período.

Qual a diferença entre ARE e DRE?

Como você percebeu, ARE e DRE são conceitos extremamente parecidos, certo? Mas vale lembrar que não são a mesma coisa e sequer são sinônimos. Na verdade, tratam-se de duas etapas na gestão e planejamento tributário.

Vamos para as diferenças: a DRE é uma demonstração anual que toda empresa deve entregar à Receita Federal discriminando as informações fiscais e financeiras de cada período de atuação.

Já a ARE contabilidade é uma apuração geral que destrincha todas as receitas e despesas, de modo a verificar rapidamente qual o lucro ou o prejuízo da empresa.

Enquanto a DRE é uma obrigação anual, a ARE pode ser feita a qualquer momento.

E as semelhanças?

As semelhanças, em geral, estão relacionadas ao tipo de informações que ambos os relatórios contêm: dados financeiros, como receitas e despesas.

No entanto, a DRE é um documento muito mais completo e essencial, enquanto a ARE é um relatório complementar, capaz de auxiliar na gestão tributária e fiscal.

Quais as contas do ARE?

Como você já aprendeu, a ARE contabilidade é a comparação entre as receitas e despesas de um período. Ou seja, as contas lançadas na apuração são as seguintes:

  • a receita bruta das vendas de produtos e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
  • a receita líquida das vendas de produtos e de serviços, o custo das mercadorias vendidas ou dos serviços prestados e o lucro bruto.

É uma relação muito mais simples do que a exigida na DRE, mas que serve como base para a elaboração deste documento. Que tal relembrar o que é exigido em lei para compor a DRE? Confira o que diz o art. 187 da Lei 6.404/76:

  • I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
  • II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
  • III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
  • IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
  • V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
  • VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;
  • VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social;
  • § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados;
  • a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e
  • b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.

Como fazer a ARE? 2 passos para montar

Para fazer a ARE, você deve prezar pela eficiência e precisão na listagem das informações financeiras. Para garantir que sua empresa não se perca ao realizar essa rotina, sugerimos que siga os seguintes passos:

Monte a estrutura antes de qualquer coisa

Estruture sua ARE para que seja possível simplesmente adicionar os dados quando necessário.

Aqui, é importante relacionar a receita líquida das vendas e serviços, as despesas operacionais, administrativas e gerais, o lucro ou prejuízo operacional, o resultado relativo ao exercício (antes do IR), valores de debêntures, entre outros.

Além disso, lembre-se de considerar o Regime de Competência.

Após recolher os dados, faça um double-check

Antes de qualquer lançamento final, verifique todos os dados da ARE com intuito de revisar os valores e ter a certeza que estão corretos.

Afinal, falamos de uma tarefa que, se feita manualmente, pode levar a muitos erros. Por isso, toda atenção é necessária.

Cuidados necessários para fazer a ARE

É perceptível que realizar a ARE na contabilidade não é uma das tarefas mais simples, correto? A precisão na hora de lançar as informações são elementos essenciais para que você faça um levantamento apurado da sua situação financeira.

Aqui, portanto, ressaltamos que um dos principais cuidados que seus funcionários devem ter é a atenção com as informações.

A ARE é de extrema importância para a empresa, bem como a DRE — que depende imensamente da realização da ARE.

Como um sistema de gerenciamento financeiro ajuda na gestão contábil do negócio

A boa notícia é que a tecnologia pode simplificar 100% do processo de elaboração da ARE contabilidade.

Com um sistema de gestão financeira, é possível automatizar várias tarefas manuais, como a inserção de dados sobre cada movimentação financeira que impactam o caixa da empresa.

Desse modo, com apenas alguns cliques, é possível emitir relatórios precisos sobre a condição econômica da empresa. Um deles é a apuração do resultado do exercício!

Além disso, o sistema automatiza cálculos, facilitando a vida do responsável ou contador.

Um sistema completo ajuda sua empresa de várias formas, permitindo que processos antes tão complexos como a elaboração da ARE se tornem tão simples quanto um ou dois cliques podem ser.

E claro, sem contar nos outros vários recursos que clarificam a visibilidade sobre os dados do negócio, bem como integram outros setores para facilitar o acesso aos mesmos.

Tecnologias TOTVS

Os ERPs da TOTVS ajudam sua empresa a entrar em conformidade com a entrega das obrigações acessórias, bem como lhe dão maior visibilidade dos dados para tornar sua gestão financeira, fiscal e tributária à prova de erros.

Os melhores sistemas de gestão do mercado têm tudo que uma empresa precisa para seguir as leis e respeitar o compliance administrativo e fiscal.

Os ERPs da TOTVS permitem que você automatize vários processos, padronizando suas rotinas de modo que a maior parte da carga operacional seja conduzida pela melhor tecnologia do mercado.

Que tal entrar em uma era de gestão eficiente, otimizada, 100% ágil e capaz de contribuir para melhorar seus resultados? Conheça os ERPs da TOTVS!

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Conclusão

O termo “ARE contabilidade” atrai a atenção de muitos empreendedores que buscam compreender mais sobre a gestão fiscal e tributária.

Ao longo deste conteúdo, conseguimos explicar tudo sobre o conceito para você, partindo do básico até sua aplicação prática e estrutura.

Lembre-se, porém, que para simplificar essa que é uma tarefa complexa, você sempre pode contar com tecnologias qualificadas, como os ERPs da TOTVS!

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