Em qualquer negócio administrado por uma família, chegará o dia em que bens, imóveis, investimentos e propriedade precisarão ser transferidos para a próxima geração. Isso se chama sucessão familiar.
Um plano de sucessão familiar garante que a empresa continue operando com o mínimo de interrupção e disrupção em seu modelo de negócio, proporcionando vários benefícios aos proprietários e seus sucessores.
E você, sabe da importância do assunto?
No Brasil, 90% das empresas são familiares. No entanto, de acordo com o IBGE, cerca de 70% não sobrevivem à geração do fundador.
E, para aquelas que conseguem, apenas 5% chegam à terceira geração.
Neste conteúdo, vamos te explicar tudo sobre o tema: o que é e como deve ser feita a sucessão familiar, além de qual a sua importância e quais os desafios inerentes.
É só seguir a leitura para aprender mais!
O que é sucessão familiar?
A sucessão familiar é o processo de transferência da propriedade de um negócio (assim como seus bens móveis e imóveis, investimentos e demais ativos) para uma geração seguinte da família.
É um plano aplicado às empresas familiares e que visa transmitir a gestão do negócio de forma hereditária — muitas vezes, essa ação ocorre de forma espontânea, mas outras de forma forçada, como na ocasião de morte na família.
Trata-se de um processo comum a empresas de capital fechado e administradas por uma mesma família.
Existem grandes exemplos do tipo, como:
- Walmart, que apesar de ser uma empresa pública, a maior parte de suas ações continua com a família Walton;
- Ford, que também possui capital aberto, mas a maior parte das ações é de propriedade da família do icônico industrialista;
- Grupo Schwarz, a maior empresa 100% privada do mundo, com faturamento de US$ 140 bilhões em 2020, ainda é totalmente da família Schwarz.
Um bom planejamento sucessório envolve tanto determinar quem terá ações da empresa quanto quem assumirá os papéis de liderança.
É um plano que se baseia em uma estratégia que o proprietário deverá criar, definindo quem terá participação acionária na empresa e como a propriedade vai ser transferida, quando chegar o momento.
Por que é importante ter um plano de sucessão familiar?
Um plano de sucessão em empresas familiares é essencial para garantir uma transição de gestão sem atritos, que não impacte negativamente nos resultados financeiros.
Além disso, quando bem planejada, a sucessão familiar é uma das chaves para assegurar um legado duradouro do negócio.
É a partir deste plano que pontos essenciais são definidos, não apenas a quem será transferida a propriedade e qual porcentagem acionária cada um terá.
Falamos de questões como:
- Quais membros da família trabalharão na empresa?
- Quais os planos que a futura liderança do negócio deverá seguir?
- Como os lucros do negócio serão distribuídos na nova configuração proprietária?
- Quem fará parte do board da empresa, caso haja sócios e diretores que não sejam parte da família?
- Entre outras questões, como tributos, responsabilidades corporativas, planejamento imobiliário etc.
Se um líder de uma empresa familiar de repente quiser deixar a empresa, ou algo inesperado acontecer, a companhia precisa ter a capacidade de permanecer estável durante os tempos imprevisíveis.
É por isso que, além do plano de sucessão em empresas familiares ser altamente estimulado, incentiva-se que seja feito o mais cedo possível.
Assim, é possível dar tempo para que a próxima geração se prepare adequadamente, bem como para que os demais funcionários se acostumem com a perspectiva da transição.
Como deve ser feita a sucessão familiar? Confira algumas dicas
Agora que você sabe qual o benefício relativo à sucessão familiar, é preciso compreender como criar esse plano de maneira eficaz e realmente sólida. Afinal, o comando de uma empresa é uma função de extrema responsabilidade e muito volátil.
Então, como deve ser feita a sucessão familiar?
A verdade é que não existe uma única resposta, já que cada movimento é diferente — e baseado em pessoas com vontades distintas.
Que tal alguns exemplos?
No caso da Nike, co-fundada por Phil Knight, que deixou de ser o grande nome da marca esportiva em 2015.
Seu filho, Travis Knight, não tomou o lugar do pai, mas ganhou uma cadeira no board de diretores da empresa.
Além disso, há empresas como o Walmart, fundada nos anos 1960 por Sam Walton, e cujos filhos, netos e demais membros da família se responsabilizam por parte da administração da empresa, ocupando posições no board de direção.
O atual presidente da empresa, por exemplo, é Gregory Penner, genro de Rob Walton — filho mais velho de Sam Walton.
Então, que tal conferir algumas dicas para entender como deve ser feita a sucessão? Veja só!
Conte com a participação dos familiares
Primeiro de tudo, é essencial envolver os familiares no plano, desde suas etapas mais preliminares — é necessário conversar, alinhar expectativas e resolver potenciais conflitos.
Essa é uma dica que cabe muito mais para o fundador do negócio, que normalmente é quem está por trás do planejamento.
Sim, há consultorias que ajudam nessa parte, mas não exclua a sua família dessa etapa.
Planeje antecipadamente
O que nos leva diretamente para a próxima dica: planeje com o máximo de antecedência!
De acordo com um estudo publicado na Harvard Business Review, as melhores sucessões familiares foram planejadas com anos de antecedência.
É uma ação que dá tempo aos familiares e também aos funcionários, que podem se acostumar com a ideia e entender as intenções com a transição.
Na verdade, de acordo com o estudo, as primeiras conversas sobre sucessão familiar devem ser feitas antes mesmo que as empresas contratem funcionários não-familiares.
Crie um plano fácil de ser modificado
Tudo em uma empresa deve ser, no máximo de sua capacidade, flexível à mudanças. Não há lugar para dogmas ou decisões concretas.
O mundo dos negócios muda na velocidade da luz — uma prova é a transformação digital.
Por isso, torne o plano de sucessão o mais flexível possível, de modo que seja ajustável conforme as dinâmicas de mercado, os desafios da concorrência e as próprias vontades da próxima geração.
Analise os limites legais da sucessão
A partilha de bens móveis e imóveis é um processo delicado. Por isso, será necessário agir de acordo com a legislação e contar com apoio legal.
Há questões como o regime patrimonial de casamentos, testamentos, partilha de bens, entre vários outras.
Procure o auxílio de alguém capacitado para auxiliar você, guiando-o por esses pontos.
Inclua o setor de Recursos Humanos
A sucessão familiar não deve contar apenas com o olhar do fundador do negócio, mas também com a expertise do RH da empresa.
Afinal, quem mais sabe quais os perfis de líderes que seu negócio busca, que o setor de Recursos Humanos?
A opinião e os insights de seus colaboradores podem ajudar muito a entender como a próxima geração de sua família se encaixaria na empresa, em quais funções e para assumir quais responsabilidades.
Conheça as reais habilidades dos possíveis sucessores
Afinal, no que seus sucessores se destacam?
Será mesmo que o filho cotado para ser o novo CEO tem o que é necessário? E a filha, tem conhecimento suficiente para assumir determinado setor?
É essencial traçar um perfil de seus sucessores, compreendendo exatamente seus pontos fortes e fracos, bem como mapeando as oportunidades de melhoria.
Assumir um negócio familiar é um desafio e tanto — e sem capacitação, pode ser que o legado da família não vá longe.
Por isso, muita atenção!
Conte com a ajuda de profissionais capacitados
No processo de planejamento e transição da sucessão familiar, procure sempre contar com a assessoria de profissionais capacitados no assunto.
Dessa maneira, você garante que todos os passos e cuidados estão sendo tomados, auxiliando a empresa.
Ofereça treinamento
Como mencionamos, não se trata de simplesmente “entregar” o bastão. Os sucessores devem saber lidar com suas novas responsabilidades.
É como qualquer outra contratação: você traria para sua empresa um diretor financeiro que não tenha grande experiência no assunto?
A lógica é a mesma! Por isso, investir em treinamento, capacitação e qualificação de qualidade é essencial.
Analise a possibilidade de contratar um CEO
Muitos processos de sucessão familiar passam pela etapa de contratação de um CEO que não seja parte da família.
É um movimento que tem como objetivo trazer uma nova visão estratégica para o negócio, enquanto os sucessores integram cargos menos voláteis, como de chairman ou chairwoman (ou seja, presidente) ou sendo parte do board de diretores e acionistas.
Faça o processo de sucessão de forma gradual
Já diz o ditado: a pressa é inimiga da perfeição!
Um plano de sucessão familiar bem-sucedido é conduzido aos poucos, se possível com anos de antecedência.
Procure traçar exatamente o perfil de seus sucessores e, aos poucos, dar-lhes responsabilidades dentro do negócio.
Conforme sua taxa de sucessos e fracassos for evoluindo, é possível ter uma perspectiva melhor estruturada de como pode ser o futuro.
Quais são os principais desafios para a sucessão familiar no campo?
Que o plano sucessório pode trazer muitos benefícios ao negócio e à família, não é novidade. No entanto, especialmente quando falamos de sucessão familiar rural, há vários desafios a considerar.
Primeiro, os líderes do negócios devem passar pela difícil missão de decidir qual sucessor ou sucessores vão administrar a operação, bem como quando isso ocorrerá.
Essa pode ser uma jornada emocional, que, se for conduzida de maneira equivocada, pode ter repercussões tanto para o negócio quanto para sua família.
Outro desafio é a diminuição do interesse das gerações mais jovens em trabalhar na empresa familiar.
Há exemplos e exemplos, mas fato é que manter os filhos e netos engajados na causa do negócio é um desafio cada vez mais acentuado.
Ainda assim, de acordo com estudo da PwC, hoje, uma das metas de longo prazo de 80% das empresas familiares brasileiras é criar um legado.
Além disso, para 58%, outro objetivo é garantir que a empresa permaneça como familiar.
No entanto, um dos grandes desafios da sucessão familiar na agricultura é justamente o despreparo dos herdeiros. No caso do campo, falamos de um mercado extremamente complexo e volátil.
Sem o preparo necessário para que se tome cuidado da lavoura, os sucessores podem assumir a empresa e tomar decisões equivocadas desde o início.
Outra questão própria da sucessão familiar no agronegócio são as diferenças culturais.
Normalmente, os patriarcas e matriarcas que comandam o negócio foram criados em uma época totalmente diferente.
Para muitos deles, a agricultura familiar era uma (senão a única) forma de sustento, tendo sido criados na lavoura.
Agora, para agronegócios modernos e já estabelecidos, essa não é a realidade, o que pode atrapalhar na transição do negócio.
Por isso, a capacitação e um planejamento bem feito com antecedência são essenciais!
A importância da tecnologia para facilitar o processo de sucessão de uma empresa familiar
O sucesso da gestão de uma empresa familiar passa pela sua capacidade de lidar com as responsabilidades de forma organizada.
E, hoje, especialmente no agronegócio, é impossível conduzir toda uma operação de forma manual.
Por isso, seja no dia a dia ou no processo sucessório, a tecnologia é um complemento essencial.
Um sistema de gestão capacitado, por exemplo, pode ajudar você a automatizar tarefas, centralizar dados e simplificar a rotina de administração da empresa, conquistando melhores resultados.
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Conclusão
Toda empresa que deseja manter sua operação sob o guarda-chuva de sua família precisa de um plano de sucessão familiar.
Afinal, mais cedo ou mais tarde, todo mundo quer se aposentar.
No entanto, determinar o que acontece com o negócio em sua ausência não é algo simples. Leva tempo, exige investimento e muito planejamento.
A sucessão familiar é um passo importante, mas necessário. E na sua empresa, esse tópico já é debatido?
Esperamos que esse conteúdo ajude você a planejar o futuro da organização!
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