PCP ou Planejamento e Controle da Produção é o processo de organizar, guiar e monitorar a operação industrial, otimizando a cadeia produtiva.
É uma das principais práticas aplicadas no chão de fábrica das indústrias e muito importante para alinhar boas práticas de segurança, conformidade e padronização em uma rotina produtiva.
Na prática, são dois processos em um só: planejamento e controle.
Por que é importante? Entre outras coisas, porque permite que a empresa reduza os desperdícios, aumente a produtividade, melhore a gestão de estoque e aumente o ROI.
Que tal entender mais? Preparamos um guia completo sobre o assunto. Siga a leitura!
O que é o PCP e qual a sua função?
PCP (Planejamento e Controle de Produção) é uma estratégia de gestão de atividades produtivas de bens. Sua prática alinha recursos, tempo, custos e força de trabalho com processos industriais bem estabelecidos.
Assim, no dia a dia, o Planejamento e Controle de Produção ajuda os líderes do chão de fábrica a entenderem exatamente todos os aspectos por trás de suas demandas:
- o que produzir;
- quanto produzir;
- onde produzir;
- como produzir;
- quando produzir;
- com o quê produzir;
- para quê produzir.
Assim, é uma prática que permite que as atividades aconteçam exatamente conforme o planejado e, ao mesmo tempo, o líder possa monitorá-las de forma eficaz.
É possível relacionar o conceito com o de um roteiro, só que aplicado no chão de fábrica, como medidas de produção que devem ser seguidas para se alcançar o resultado ideal.
Como surgiu o PCP?
A história do PCP se enraíza com a própria evolução industrial do último século.
Para começar, vale falar do nome: em algumas empresas, o termo pode se referir a Programação e Controle da Produção, mas existem organizações que utilizam a nomenclatura PPCP (Planejamento, Programação e Controle da Produção) ou PCPM (Planejamento e Controle da Produção e Materiais).
Voltando ao aspecto histórico, o conceito evoluiu diante dos próprios desafios que a indústria enfrentou desde a primeira Revolução Industrial, na Inglaterra.
Ou seja, há pouca literatura sobre o tema, mas é possível especular de acordo com o que se conhece do assunto.
Talvez o principal ponto a ser levado em conta é que a indústria foi, aos poucos, se tornando um setor extremamente competitivo.
Com novos players entrando no mercado, tanto grandes quanto pequenos, foi de essencial importância criar e conciliar métodos e boas práticas que tornassem a produção mais eficiente, reduzindo desperdícios.
Foi a partir deste entendimento que algumas disciplinas começaram a ganhar corpo, como a Engenharia de Produção, que se destina a ocupar uma posição de administradora da cadeia produtiva.
Quais são os objetivos do PCP?
Agora, por que as indústrias devem investir nas melhores práticas de Planejamento e Controle de Produção? O principal objetivo é garantir um fluxo coordenado de trabalho.
Dessa maneira, é possível fabricar o número necessário de produtos, com a qualidade esperada, dentro do tempo certo e com a eficiência ideal.
É claro que é muito mais fácil falar do que fazer, por isso, na prática, o PCP se manifesta em:
- Fluxo Contínuo de Produção: a busca por uma produção contínua, sem gargalos.
- Planejamento de Recursos: garantir a disponibilidade de todos os insumos, ou seja, materiais, máquinas, ferramentas, equipamentos e mão de obra na quantidade necessária, na qualidade necessária e no tempo necessário para que as metas sejam alcançadas.
- Coordenação de cronograma de trabalho: as atividades industriais devem seguir um cronograma mestre, que servirá como base para coordenar os cronogramas dos setores envolvidos.
- Controle de estoque: aplicar métodos que visem à otimização do estoque, ocasionando no investimento apenas do que for necessário.
- Produtividade: aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, aumentar a eficiência, de modo que a operação possa ser econômica.
- Satisfação do cliente: satisfazer os requisitos dos clientes, produzindo os itens de acordo com as especificações ou desejos dos consumidores.
Qual a importância do PCP?
O PCP (Planejamento e Controle da Produção) é importante para garantir o fluxo adequado dos processos produtivos em uma empresa.
Isso é possível com auxílio da gestão, monitoramento e controle dos processos, pessoas, máquinas e tecnologias envolvidos.
Na prática, o Planejamento e Controle da Produção ajuda a lapidar uma cadeia industrial eficiente, adequada conforme as necessidades do seu consumidor.
Assim, influencia tanto nos aspectos internos do ciclo produtivo quanto nos externos, como a rotina do setor de compras e também do departamento logístico.
Além disso, trata-se de um conjunto de boas práticas que contribui em vários aspectos, como na redução do lead time — um indicador que mede a quantidade de tempo que se passa entre a realização de um pedido e a sua entrega.
Desse modo, ele garante que os recursos destinados à produção estejam prontos quando for necessário.
Materiais, equipamentos e mão de obra devem estar disponíveis no momento certo para manter a produção otimizada.
Conheça os pilares do PCP
O PCP é um sistema cuja implementação cria raízes em todo o negócio, por isso, defini-lo é algo que toma tanto tempo.
Porém, para facilitar seu entendimento, podemos resumi-lo a alguns pilares, que são:
- Planejamento: o entendimento sobre quais e quantos itens serão produzidos;
- Programação: a definição sobre quais, quantos e como os recursos serão utilizados no processo produtivo;
- Controle: o monitoramento do ciclo industrial, com intuito de mapear erros, identificar oportunidades de melhoria e otimizar o processo.
Esses três pilares são conceitualmente os mesmos para todas as empresas, mas a sua aplicação prática vai depender de pontos como:
- o nível de demanda;
- as etapas produtivas;
- o layout do chão de fábrica;
- o uso de tecnologias no ciclo produtivo.
Quais são os benefícios de um bom Planejamento e Controle da Produção?
As indústrias aproveitam de vários benefícios ao corretamente implementar o Planejamento e Controle de Produção em sua cadeia industrial, como:
- Otimização da capacidade de fabricação: máquinas e funcionários cumprem exatamente a sua capacidade, aumentando a eficiência e proporcionando maior lucratividade.
- Menores custos com estoque: as empresas podem manter apenas o estoque necessário, sem excedentes que pesem no bolso, adequando seu ciclo produtivo à estratégias como o Just-in-Time.
- Entregas dentro do prazo: com uma produção otimizada e processos assertivos, a entrega também melhora, tornando-se mais rápida e eficiente.
- Aquisição correta de insumos: essa prática promove maior transparência no processo produtivo, indicando exatamente quando e quanto de insumos e matérias-primas precisam ser compradas.
- Simplificação dos processos de produção: garante que os materiais e recursos internos para produção estejam prontos quando necessário, sem ocasionar interrupções.
- Redução dos desperdícios: um ponto que já citamos, mas vale reforçar, já que a eficiência na cadeia produtiva elimina faltas ou excedentes de materiais.
Quais são as etapas do PCP?
Agora, como implementar o PCP na sua empresa? Depois de entender tudo sobre o conceito, importância, pilares e benefícios, é hora de compreender como ele funciona na prática.
Para isso, é importante compreender exatamente as etapas que compõem esse sistema — que, como mencionamos, mexe em toda estrutura corporativa. Vamos lá?
- Previsão de demanda
- Planejamento da capacidade de produção
- Planejamento agregado da produção
- Plano mestre da produção
- Programação detalhada da produção
- Controle da produção
1. Previsão de demanda
O primeiro passo é estabelecer uma rotina e processos que auxiliem na previsão de demanda.
Ou seja, quanto a empresa precisará produzir e para quando?
Essa projeção pode ser feita de diferentes maneiras, mas o objetivo é justamente ter em mãos um levantamento que aponte quantos itens devem ser produzidos.
Assim, entende-se exatamente o quanto de matéria-prima deve ser comprada, quantas horas-homem disponibilizadas, horas-máquina, entre outros.
2. Planejamento da capacidade de produção
Com os dados de previsão de demanda de médio e longo prazo, é possível conduzir a próxima etapa, que trata-se basicamente de entender se o seu chão de fábrica suportará a demanda em um futuro próximo.
Dessa forma, é possível planejar investimentos para ampliar e/ou modernizar o maquinário, bem como contratar e treinar colaboradores.
3. Planejamento agregado da produção
O planejamento agregado da produção, também conhecido como PAP, é uma estratégia anual que leva em conta a capacidade produtiva da empresa, bem como o nível de demanda.
Assim, com base no PAP, é possível tomar decisões mais estratégicas e holísticas, capazes de influenciar positivamente nos resultados e no alcance das metas.
4. Plano mestre da produção
Já o plano mestre de produção (PMP) é um planejamento que considera o curto prazo, melhor direcionando os recursos para que nenhuma ordem de produção urgente fique parada na fila.
5. Programação detalhada da produção
A programação detalhada de produção (PDP) descreve em detalhes como a empresa vai conduzir seus processos operacionais.
Ou seja, quais as sequências de cada ordem de produção emitida, como é feita a gestão de materiais e como os documentos são emitidos a medida que os pedidos ficam prontos.
Para isso, é essencial contar com auxílio da tecnologia, já que um sistema de produção possibilita controle mais simplificado dos esquemas produtivos, automatizando várias tarefas.
6. Controle da produção
Por fim, é necessário estabelecer uma estratégia eficiente, ampla e aprofundada de controle de produção, capaz de alimentar os principais indicadores de produtividade, desempenho e qualidade industrial.
Como fazer o PCP de uma empresa?
Uma vez que todas as principais etapas sejam compreendidas, é hora de implementar o sistema em sua indústria. Mas como?
Bom, é algo que muda de empresa para empresa — e vai depender muito de vários aspectos, como o layout do chão de fábrica e a política logística, de compras e de gestão de estoque, por exemplo.
Em geral, sua implementação depende de:
- Seleção do processo produtivo mais eficiente e econômico;
- Seleção dos materiais certos, que unem qualidade, estrutura e a composição certa para os produtos;
- Seleção do maquinário correto para produzi-lo, bem como as ferramentas de corte e medidores que contribuam no controle;
- Criação de um layout do processo produtivo, de modo a sequenciar o encaixe de cada etapa a ser realizada;
- Definição de capacidade máxima e mínima, de modo que o chão de fábrica sempre produza de acordo com as metas;
- Criação de práticas logísticas que influenciem positivamente na satisfação dos clientes, ajudando a realizar entregas mais rapidamente;
- Utilização de tecnologias que simplifiquem a gestão do chão de fábrica, bem como possibilitem a centralização de ordens, requisições e demais documentos;
- Definição do tempo de produção desejado para cada etapa, bem como os processos de gestão da qualidade.
As principais dificuldades para a implantação do PCP
É claro que, uma vez que o PCP estiver implementado, dificuldades e desafios vão surgir. Mas quais são? Explicamos a seguir, confira!
Uma das grandes dificuldades é manter as relações com os fornecedores e parceiros comerciais, já que essa prática lida com informações de todos os elos da cadeia produtiva.
Para equilibrar as demandas crescentes de vendas, com a necessidade de uma produção mais estável do chão de fábrica, é essencial que o Planejamento e Controle de Produção atue estrategicamente — como um “meio de campo” entre as áreas.
Além disso, a gestão do supply chain, especialmente para grandes empresas, é um dos principais desafios do PCP.
Afinal, a falta de insumos e matérias-primas desestabiliza todo planejamento de produção e inviabiliza sua assertividade.
Ferramentas para auxiliar o seu PCP
Dependendo do tipo de Planejamento e Controle de Produção da sua empresa, é possível se aproveitar de várias ferramentas e métodos que auxiliam nos processos.
Os principais são:
- Sistema ERP – Planejamento de Recursos Empresariais: tecnologia que permite a integração dos setores e principais processos em um único lugar, automatizando várias tarefas.
- Sistema S & OP – Planejamento de Vendas e Operações: ajuda a alinhar de forma mais correta as demandas existentes com as capacidades produtivas da indústria.
- Kanban: um sistema que simplifica a visualização do fluxo de produção, com utilização de post-its e colunas, indicando o avanço das tarefas.
- Gráfico de Gantt: um diagrama que mostra as etapas de produção e o progresso que está sendo feito em diferentes processos.
- Kaizen: uma metodologia que trabalha a gestão de pessoas, visando alinhar seus objetivos pessoais aos da organização.
- Poka-yoke: um conjunto de boas práticas voltadas para reduzir as falhas e potencializar a gestão da qualidade.
- Six Sigma: uma das principais ferramentas de controle de processos de produção, baseia-se na identificação de falhas e implementação de melhorias de forma contínua, bem como no uso suficiente de recursos, sem ocasionar desperdícios.
PCP: dúvidas frequentes
Antes de finalizar o nosso guia completo, convidamos você a conferir as respostas para perguntas frequentes sobre o assunto.
Esse é um tema muito amplo e popular no meio industrial. Por isso, é comum encontrar dúvidas de todos os tipos.
Nosso time selecionou as principais para responder a seguir, veja só:
Quais são as funções de um analista de PCP?
O analista de PCP é quem contribui com a gestão do chão de fábrica e o alinhamento dos processos com as demandas.
Esse profissional analisa as previsões de venda, planeja a produção, gera necessidades e emite ordens de compra e de produção, utiliza o ERP para gerar relatórios e muito mais.
Qual o salário de um analista de PCP?
De acordo com levantamentos do mercado, o salário médio de um Analista de PCP gira em torno de R$3 mil por mês, começando em R$2,3 mil, alcançando até mesmo R$4 mil.
Existe algum curso de PCP?
Existem vários cursos teóricos e práticos sobre Planejamento e Controle de Produção, tanto para quem busca se aprofundar na função de analista, como para quem quer ser um gestor na área.
É possível encontrar cursos introdutórios, intermediários e avançados, capazes de habilitar os estudantes para as mais diversas atividades no chão de fábrica.
Qual o melhor livro de PCP?
No mercado, encontram-se diversos livros que ensinam mais sobre o Planejamento e Controle de Produção. Separamos os principais para você:
- “Planejamento e Controle da Produção – Teoria e Prática“, de Dalvio Tubino (Amazon).
- “Planejamento, Programação e Controle da Produção – MRP II / ERP – Exercícios com Planilha Simuladora de MRP II“, de henrique Luiz Corrêa e vários autores (Amazon).
- “Técnicas de planejamento, programação e controle da produção e introdução à programação linear”, de Cicero Bezerra (Amazon).
A planilha de PCP é uma boa opção?
Como em qualquer processo administrativo, a planilha pode ser uma alternativa embrionária de controle. Prática e de uso simples, é útil para gerenciar processos descomplicados.
No entanto, o Planejamento e Controle de Produção de uma indústria já estabelecida — independente do tamanho do negócio — é necessário contar com soluções completas, capazes de integrar dados de setores e automatizar diferentes processos.
Ou seja, é necessário contar com sistemas que ofereçam muito mais do que uma simples planilha, que não automatiza nenhuma função.
Tecnologias TOTVS para indústrias
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A TOTVS conta com tecnologias personalizáveis, que atendem a empresas pequenas, médias e grandes, contribuindo no Planejamento e Controle de Produção, bem como na gestão de estoque, logística, compras, finanças, segurança do trabalho e muito mais!
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Conclusão
Aprender o que é Planejamento e Controle de Produção é essencial para todos que trabalham na gestão de uma indústria.
Esse sistema garante maior conformidade, qualidade e eficiência dos processos no chão de fábrica, reduzindo custos e potencializando a satisfação do cliente.
E, na sua empresa, como o Planejamento e Controle de Produção é implementado? Esperamos que esse guia completo ajude a aprimorar suas práticas, bem como tecnologias utilizadas!
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