O que é GRIS? Entenda como calcular e negociar essa taxa

Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 10 junho, 2022

Entender o que é GRIS é o primeiro passo para proteger o seu transporte de um dos maiores problemas logísticos no país atualmente: o roubo de cargas.

Só em 2021, a NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) registrou um prejuízo financeiro de R$1,27 bilhão para as empresas por conta de cargas roubadas nas estradas brasileiras. 

O GRIS é um valor agregado ao frete que tem como objetivo evitar esse tipo de problema no orçamento do seu negócio.

Neste artigo, vamos explicar como funciona a taxa, como ela é calculada e quando é cobrada, além de compartilhar algumas dicas valiosas para negociar o valor do GRIS.

Continue a leitura e aproveite as dicas!

O que é GRIS?

GRIS é sigla para Gerenciamento de Risco. O significado já ajuda a entender bem o que é GRIS no transporte: uma taxa agregada ao frete para proteger a carga. 

A taxa é aplicada com o objetivo de cobrir as despesas relacionadas com medidas de segurança, que são fundamentais para evitar os prejuízos com cargas roubadas.

Segundo a NTC & Logística, foram registradas 14.400 ocorrências de roubo em 2021, levando à perda de R$1,27 bilhão que citamos logo no início deste artigo.

Com o GRIS, é possível cobrir investimentos que reduzem a probabilidade de roubo, como instalação de alarmes, seguro de carga e rastreadores. 

GRIS e Ad Valorem: como se relacionam?

Para entender o que é GRIS, é preciso conhecer também o conceito de Ad Valorem, pois um faz parte do outro. 

Vamos explicar melhor: o Ad Valorem é uma taxa cobrada sobre o valor da nota fiscal da carga com o objetivo de garantir a segurança das mercadorias. O GRIS é um componente dessa taxa.

Conhecido como frete valor, o custo possui uma cobertura mais ampla sobre as medidas de prevenção, tendo o Gerenciamento de Riscos como a parte responsável pela proteção contra roubos.

Além de cuidar da prevenção de roubos, o Ad Valorem também atua na preservação da mercadoria quanto a danos e na contratação de mão de obra especializada. 

Ou seja, a taxa é utilizada para cobrir gastos de segurança como um todo, desde as despesas com embalagens especiais até a documentação e os dispositivos de proteção.

Quais são os custos envolvidos no GRIS?

O valor do GRIS é definido de acordo com alguns fatores, por isso pode variar de uma carga para outra. 

Como esse custo está diretamente relacionado à gestão de frete e precisa ser considerado no planejamento logístico da empresa, é importante entender a composição da taxa.

Para ajudar, listamos os principais custos envolvidos no Gerenciamento de Riscos. Analise os pontos abaixo antes de calcular a taxa.

Custos operacionais

Os custos operacionais por trás do transporte de cargas estão diretamente ligados ao GRIS, por isso é necessário considerá-los no planejamento. 

Na gestão financeira da empresa, os custos operacionais são aqueles indispensáveis para manter o negócio funcionando.

Aqui entram todas as despesas relacionadas à administração e manutenção diária dos processos de uma organização. Dentre esses gastos, podemos citar:

  • mensalidade da gerenciadora de riscos;
  • consulta ao cadastro de motoristas;
  • manutenção do veículo;
  • estacionamento;
  • combustível.

Esses fatores são importantes para manter o funcionamento dos veículos e garantir o melhor aproveitamento da frota, assim como a segurança dos motoristas e das mercadorias transportadas.

Remuneração dos colaboradores

Para que o monitoramento das frotas seja possível, é preciso contar com profissionais especializados na gestão de riscos. 

É neste ponto que entra outro custo operacional: a remuneração dos colaboradores responsáveis por essa área de coordenação de segurança. 

Mesmo com a contratação da gerenciadora de riscos, alguns cuidados ainda ficam por conta da empresa. 

Ações como o planejamento de rotas, o controle da jornada de motoristas e o monitoramento do transporte são feitas internamente. 

Para isso, é preciso considerar as obrigações sociais da organização com mão de obra. Além dos salários, esse cálculo deve incluir horas extras, benefícios e taxas tributárias.

Características do produto

As características do produto transportado também influenciam os custos da operação logística. 

Isso porque algumas mercadorias demandam cuidados especiais no transporte, veículos específicos e documentações ou até mesmo taxas diferenciadas.

Artigos mais valiosos e fáceis de transportar, como joias, celulares e computadores, são mais atraentes para os assaltantes, por isso representam maiores riscos  de roubo.

Nestes casos, os sistemas de proteção devem ser ampliados para garantir a segurança da carga, o que gera despesas mais elevadas. 

Além disso, o valor do Gerenciamento de Riscos também pode variar de acordo com o tipo de carga. 

Falaremos disso ainda neste texto para entender como o GRIS é calculado, então siga a leitura com a gente para saber mais. 

Investimentos

Além dos dispositivos voltados para a segurança do veículo em si, é essencial fazer investimentos em sistemas que otimizem a gestão de riscos.

Gastos com softwares de planejamento e monitoramento, rastreamento veicular e o próprio seguro de carga são despesas consideradas investimentos, pois trazem algum tipo de retorno para a empresa.

Com eles, é possível aumentar a segurança e reduzir os prejuízos com roubos ou até mesmo com acidentes nas estradas. 

Todos esses equipamentos e tecnologias vão contribuir de alguma maneira no gerenciamento de riscos, por isso devem ser considerados nos custos com o GRIS.

Aqui, é importante incluir também os gastos com manutenção desses dispositivos.

Quando essa taxa é cobrada?

Na prática, o GRIS é cobrado durante o cálculo do frete e é aplicado sobre as cargas de alto valor agregado, que são mais atrativas para os criminosos. 

Além do alto valor, os assaltantes buscam mercadorias práticas de transportar sem levantar suspeitas e que sejam de fácil repasse no mercado. 

Segundo levantamentos da NTC & Logística, algumas das cargas mais desejadas são:

  • alimentos e bebidas;
  • eletroeletrônicos;
  • combustíveis;
  • autopeças;
  • cigarros.

É importante esclarecer que o GRIS não é aplicado sobre todas as mercadorias: existem produtos isentos da taxa, como pedra e areia, por exemplo, pois apresentam baixo índice de roubo.

Vale lembrar que o custo do Gerenciamento de Risco é cobrado junto com o Ad Valorem, considerando o valor da nota fiscal da carga. 

Quais são os impactos do GRIS para as transportadoras?

O GRIS tem um impacto direto no cálculo do frete, que deve ser equilibrado para manter a competitividade, mas esse custo acaba refletindo também em outras etapas do processo logístico.

A empresa já deve considerar todas as despesas e processos envolvidos na gestão de riscos desde o planejamento. 

Esse é um passo importante para manter a organização financeira, assim como para garantir uma roteirização mais otimizada. 

Dessa forma, avaliar fatores operacionais práticos, como mão de obra e o uso de sistemas de segurança, é tão importante quanto analisar o planejamento por trás das operações.

Tudo isso reflete no Gerenciamento de Riscos, que traz inúmeros benefícios para a segurança dos negócios, além de contribuir para a redução de custos e desenvolvimento logístico da empresa.

Como é calculado o GRIS?

Além de entender o que é GRIS, é preciso saber como calcular a taxa para evitar surpresas e fazer um bom planejamento.

Essa não é uma taxa com valor fixo, por isso o primeiro passo para determinar a despesa é conhecer as variáveis que interferem no cálculo, como:

  • valor agregado da mercadoria transportada;
  • identificação da mercadoria;
  • facilidade de comercialização;
  • índices de roubo nas rotas;
  • peso dos produtos.

Com isso em mente, fica bem mais fácil saber como calcular o GRIS. 

Qual o valor do GRIS?

Como explicamos, o GRIS não tem um valor fixo, por isso pode variar de um produto para outro. Entretanto, existe uma alíquota determinada pela NTC & Logística para facilitar o cálculo.

Segundo a tabela referencial criada pela Associação, a alíquota é de 0,3% sobre o valor da nota fiscal. 

Ao calcular o Gerenciamento de Riscos, é preciso utilizar essa alíquota como referência, considerando o mínimo de R$3 por CTe (Conhecimento de Transporte Eletrônico).

Que tal um exemplo prático para entendermos melhor?

Imagine uma carga com valor total de R$5 mil. Neste caso, o cálculo ficaria assim:

5.000 x 0,3% = 15

Considerando este exemplo, o GRIS a ser pago é de R$15. 

Quem paga o GRIS?

Entendemos o que é GRIS no transporte e como calcular a taxa, mas quem é o responsável por arcar com essa despesa? Bom, esse custo fica por conta do cliente.

O valor é calculado pelas transportadoras e aplicado diretamente no frete para cobrir as despesas relacionadas à segurança durante o deslocamento das mercadorias.

Como calcular o Ad Valorem?

Como você já sabe, o Gerenciamento de Risco é um custo incluído no Ad Valorem, uma taxa mais ampla para cobrir os custos de seguro e proteção geral do transporte.

Na prática, a mesma metodologia utilizada para calcular o GRIS é aplicada no cálculo do frete valor: multiplica-se o valor da nota fiscal pela alíquota determinada pela NTC & Logística.

A diferença aqui está apenas no percentual da alíquota a ser aplicada. No caso do Ad Valorem, ela fica entre 0,3% e 0,4% sobre o valor da nota fiscal.

Pensando no nosso exemplo de carga com valor de R$5 mil para a alíquota de 0,3%, o frete valor seria de R$15.

Neste caso, é necessário somar as duas taxas (GRIS e Ad Valorem), totalizando R$30. 

Como negociar o valor do GRIS? Confira algumas dicas

O processo de transporte de cargas envolve muitas despesas, por isso entender o que é GRIS é tão importante para o planejamento logístico.

Com o conhecimento sobre a taxa, é possível conseguir negociações bem interessantes com as transportadoras e assim reduzir custos na hora de calcular rotas eficientes e seguras.

Veja algumas dicas para negociar o valor do Gerenciamento de Riscos:

  • monitore o GRIS internamente para evitar cobranças excessivas;
  • avalie as características da carga a ser transportada;
  • compare preços entre diferentes transportadoras;
  • faça um bom planejamento de rotas.

Listamos ações bem simples, mas que vão fazer toda a diferença não só na negociação de valores, mas também na eficiência dos processos logísticos.

Como evitar o roubo de cargas?

Depois de entender o que é GRIS, fica fácil compreender a importância da taxa para a segurança das suas mercadorias e também para as finanças da empresa.

Além de contar com o seguro, separamos outras dicas que vão contribuir para reduzir os riscos de roubo de cargas no seu negócio. Confira:

  • avalie as necessidades de transporte para cada carga de maneira individual;
  • desenvolva um programa de gerenciamento de riscos eficiente;
  • invista na automação de processos;
  • conheça as alternativas de rota.

Quando falamos em automatizar processos, temos diversos dispositivos que contribuem para a otimização da gestão de riscos, inclusive disponibilizando diferentes rotas para uma entrega.

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Para que uma operação logística seja bem sucedida, é preciso contar com um bom planejamento de rotas como base para todas as etapas.

Esse planejamento vai ajudar a identificar os melhores meios de transporte para cada rota.

Neste contexto, a tecnologia entra como uma grande aliada. 

E, quando o assunto é transporte rodoviário, você pode contar com o TOTVS Roteirização e Entregas!

Trata-se de um sistema que ajuda o seu negócio a encontrar o trajeto mais vantajoso para cada entrega.

A ferramenta faz uma análise completa dos pontos de entrega, da distância entre os pontos e das restrições logísticas com base nos dados de cada pedido.

Dessa forma, você consegue otimizar os processos e reduzir os custos da operação em até 30%. 

Tudo isso com possibilidade de integração com ERPs para simplificar ainda mais a gestão logística do seu negócio.

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Conclusão

O Gerenciamento de Riscos é parte fundamental da segurança no transporte de carga, pois cobre exatamente os custos envolvidos na proteção de mercadorias contra roubos.

Como vimos, essa taxa é parte do Ad Valorem e, juntas, essas despesas têm impacto direto no cálculo do frete do transporte. 

Portanto, aprofundar o conhecimento sobre elas é fundamental para uma gestão logística eficiente.

Além de entender o que é GRIS e Ad Valorem, este conteúdo trouxe dicas especiais para ajudar na negociação da taxa e ações simples que vão contribuir na prevenção ao roubo de cargas.

Para tirar o máximo proveito dessa leitura, faça uma avaliação dos seus gastos com GRIS e use os aprendizados para otimizar o planejamento e a gestão de riscos de maneira geral.

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