Entender o que é GRIS é o primeiro passo para proteger o seu transporte de um dos maiores problemas logísticos no país atualmente: o roubo de cargas.
Só em 2021, a NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) registrou um prejuízo financeiro de R$1,27 bilhão para as empresas por conta de cargas roubadas nas estradas brasileiras.
O GRIS é um valor agregado ao frete que tem como objetivo evitar esse tipo de problema no orçamento do seu negócio.
Neste artigo, vamos explicar como funciona a taxa, como ela é calculada e quando é cobrada, além de compartilhar algumas dicas valiosas para negociar o valor do GRIS.
Continue a leitura e aproveite as dicas!
O que é GRIS?
GRIS é sigla para Gerenciamento de Risco. O significado já ajuda a entender bem o que é GRIS no transporte: uma taxa agregada ao frete para proteger a carga.
A taxa é aplicada com o objetivo de cobrir as despesas relacionadas com medidas de segurança, que são fundamentais para evitar os prejuízos com cargas roubadas.
Segundo a NTC & Logística, foram registradas 14.400 ocorrências de roubo em 2021, levando à perda de R$1,27 bilhão que citamos logo no início deste artigo.
Com o GRIS, é possível cobrir investimentos que reduzem a probabilidade de roubo, como instalação de alarmes, seguro de carga e rastreadores.
GRIS e Ad Valorem: como se relacionam?
Para entender o que é GRIS, é preciso conhecer também o conceito de Ad Valorem, pois um faz parte do outro.
Vamos explicar melhor: o Ad Valorem é uma taxa cobrada sobre o valor da nota fiscal da carga com o objetivo de garantir a segurança das mercadorias. O GRIS é um componente dessa taxa.
Conhecido como frete valor, o custo possui uma cobertura mais ampla sobre as medidas de prevenção, tendo o Gerenciamento de Riscos como a parte responsável pela proteção contra roubos.
Além de cuidar da prevenção de roubos, o Ad Valorem também atua na preservação da mercadoria quanto a danos e na contratação de mão de obra especializada.
Ou seja, a taxa é utilizada para cobrir gastos de segurança como um todo, desde as despesas com embalagens especiais até a documentação e os dispositivos de proteção.
Quais são os custos envolvidos no GRIS?
O valor do GRIS é definido de acordo com alguns fatores, por isso pode variar de uma carga para outra.
Como esse custo está diretamente relacionado à gestão de frete e precisa ser considerado no planejamento logístico da empresa, é importante entender a composição da taxa.
Para ajudar, listamos os principais custos envolvidos no Gerenciamento de Riscos. Analise os pontos abaixo antes de calcular a taxa.
Custos operacionais
Os custos operacionais por trás do transporte de cargas estão diretamente ligados ao GRIS, por isso é necessário considerá-los no planejamento.
Na gestão financeira da empresa, os custos operacionais são aqueles indispensáveis para manter o negócio funcionando.
Aqui entram todas as despesas relacionadas à administração e manutenção diária dos processos de uma organização. Dentre esses gastos, podemos citar:
- mensalidade da gerenciadora de riscos;
- consulta ao cadastro de motoristas;
- manutenção do veículo;
- estacionamento;
- combustível.
Esses fatores são importantes para manter o funcionamento dos veículos e garantir o melhor aproveitamento da frota, assim como a segurança dos motoristas e das mercadorias transportadas.
Remuneração dos colaboradores
Para que o monitoramento das frotas seja possível, é preciso contar com profissionais especializados na gestão de riscos.
É neste ponto que entra outro custo operacional: a remuneração dos colaboradores responsáveis por essa área de coordenação de segurança.
Mesmo com a contratação da gerenciadora de riscos, alguns cuidados ainda ficam por conta da empresa.
Ações como o planejamento de rotas, o controle da jornada de motoristas e o monitoramento do transporte são feitas internamente.
Para isso, é preciso considerar as obrigações sociais da organização com mão de obra. Além dos salários, esse cálculo deve incluir horas extras, benefícios e taxas tributárias.
Características do produto
As características do produto transportado também influenciam os custos da operação logística.
Isso porque algumas mercadorias demandam cuidados especiais no transporte, veículos específicos e documentações ou até mesmo taxas diferenciadas.
Artigos mais valiosos e fáceis de transportar, como joias, celulares e computadores, são mais atraentes para os assaltantes, por isso representam maiores riscos de roubo.
Nestes casos, os sistemas de proteção devem ser ampliados para garantir a segurança da carga, o que gera despesas mais elevadas.
Além disso, o valor do Gerenciamento de Riscos também pode variar de acordo com o tipo de carga.
Falaremos disso ainda neste texto para entender como o GRIS é calculado, então siga a leitura com a gente para saber mais.
Investimentos
Além dos dispositivos voltados para a segurança do veículo em si, é essencial fazer investimentos em sistemas que otimizem a gestão de riscos.
Gastos com softwares de planejamento e monitoramento, rastreamento veicular e o próprio seguro de carga são despesas consideradas investimentos, pois trazem algum tipo de retorno para a empresa.
Com eles, é possível aumentar a segurança e reduzir os prejuízos com roubos ou até mesmo com acidentes nas estradas.
Todos esses equipamentos e tecnologias vão contribuir de alguma maneira no gerenciamento de riscos, por isso devem ser considerados nos custos com o GRIS.
Aqui, é importante incluir também os gastos com manutenção desses dispositivos.
Quando essa taxa é cobrada?
Na prática, o GRIS é cobrado durante o cálculo do frete e é aplicado sobre as cargas de alto valor agregado, que são mais atrativas para os criminosos.
Além do alto valor, os assaltantes buscam mercadorias práticas de transportar sem levantar suspeitas e que sejam de fácil repasse no mercado.
Segundo levantamentos da NTC & Logística, algumas das cargas mais desejadas são:
- alimentos e bebidas;
- eletroeletrônicos;
- combustíveis;
- autopeças;
- cigarros.
É importante esclarecer que o GRIS não é aplicado sobre todas as mercadorias: existem produtos isentos da taxa, como pedra e areia, por exemplo, pois apresentam baixo índice de roubo.
Vale lembrar que o custo do Gerenciamento de Risco é cobrado junto com o Ad Valorem, considerando o valor da nota fiscal da carga.
Quais são os impactos do GRIS para as transportadoras?
O GRIS tem um impacto direto no cálculo do frete, que deve ser equilibrado para manter a competitividade, mas esse custo acaba refletindo também em outras etapas do processo logístico.
A empresa já deve considerar todas as despesas e processos envolvidos na gestão de riscos desde o planejamento.
Esse é um passo importante para manter a organização financeira, assim como para garantir uma roteirização mais otimizada.
Dessa forma, avaliar fatores operacionais práticos, como mão de obra e o uso de sistemas de segurança, é tão importante quanto analisar o planejamento por trás das operações.
Tudo isso reflete no Gerenciamento de Riscos, que traz inúmeros benefícios para a segurança dos negócios, além de contribuir para a redução de custos e desenvolvimento logístico da empresa.
Como é calculado o GRIS?
Além de entender o que é GRIS, é preciso saber como calcular a taxa para evitar surpresas e fazer um bom planejamento.
Essa não é uma taxa com valor fixo, por isso o primeiro passo para determinar a despesa é conhecer as variáveis que interferem no cálculo, como:
- valor agregado da mercadoria transportada;
- identificação da mercadoria;
- facilidade de comercialização;
- índices de roubo nas rotas;
- peso dos produtos.
Com isso em mente, fica bem mais fácil saber como calcular o GRIS.
Qual o valor do GRIS?
Como explicamos, o GRIS não tem um valor fixo, por isso pode variar de um produto para outro. Entretanto, existe uma alíquota determinada pela NTC & Logística para facilitar o cálculo.
Segundo a tabela referencial criada pela Associação, a alíquota é de 0,3% sobre o valor da nota fiscal.
Ao calcular o Gerenciamento de Riscos, é preciso utilizar essa alíquota como referência, considerando o mínimo de R$3 por CTe (Conhecimento de Transporte Eletrônico).
Que tal um exemplo prático para entendermos melhor?
Imagine uma carga com valor total de R$5 mil. Neste caso, o cálculo ficaria assim:
5.000 x 0,3% = 15
Considerando este exemplo, o GRIS a ser pago é de R$15.
Quem paga o GRIS?
Entendemos o que é GRIS no transporte e como calcular a taxa, mas quem é o responsável por arcar com essa despesa? Bom, esse custo fica por conta do cliente.
O valor é calculado pelas transportadoras e aplicado diretamente no frete para cobrir as despesas relacionadas à segurança durante o deslocamento das mercadorias.
Como calcular o Ad Valorem?
Como você já sabe, o Gerenciamento de Risco é um custo incluído no Ad Valorem, uma taxa mais ampla para cobrir os custos de seguro e proteção geral do transporte.
Na prática, a mesma metodologia utilizada para calcular o GRIS é aplicada no cálculo do frete valor: multiplica-se o valor da nota fiscal pela alíquota determinada pela NTC & Logística.
A diferença aqui está apenas no percentual da alíquota a ser aplicada. No caso do Ad Valorem, ela fica entre 0,3% e 0,4% sobre o valor da nota fiscal.
Pensando no nosso exemplo de carga com valor de R$5 mil para a alíquota de 0,3%, o frete valor seria de R$15.
Neste caso, é necessário somar as duas taxas (GRIS e Ad Valorem), totalizando R$30.
Como negociar o valor do GRIS? Confira algumas dicas
O processo de transporte de cargas envolve muitas despesas, por isso entender o que é GRIS é tão importante para o planejamento logístico.
Com o conhecimento sobre a taxa, é possível conseguir negociações bem interessantes com as transportadoras e assim reduzir custos na hora de calcular rotas eficientes e seguras.
Veja algumas dicas para negociar o valor do Gerenciamento de Riscos:
- monitore o GRIS internamente para evitar cobranças excessivas;
- avalie as características da carga a ser transportada;
- compare preços entre diferentes transportadoras;
- faça um bom planejamento de rotas.
Listamos ações bem simples, mas que vão fazer toda a diferença não só na negociação de valores, mas também na eficiência dos processos logísticos.
Como evitar o roubo de cargas?
Depois de entender o que é GRIS, fica fácil compreender a importância da taxa para a segurança das suas mercadorias e também para as finanças da empresa.
Além de contar com o seguro, separamos outras dicas que vão contribuir para reduzir os riscos de roubo de cargas no seu negócio. Confira:
- avalie as necessidades de transporte para cada carga de maneira individual;
- desenvolva um programa de gerenciamento de riscos eficiente;
- invista na automação de processos;
- conheça as alternativas de rota.
Quando falamos em automatizar processos, temos diversos dispositivos que contribuem para a otimização da gestão de riscos, inclusive disponibilizando diferentes rotas para uma entrega.
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Para que uma operação logística seja bem sucedida, é preciso contar com um bom planejamento de rotas como base para todas as etapas.
Esse planejamento vai ajudar a identificar os melhores meios de transporte para cada rota.
Neste contexto, a tecnologia entra como uma grande aliada.
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Conclusão
O Gerenciamento de Riscos é parte fundamental da segurança no transporte de carga, pois cobre exatamente os custos envolvidos na proteção de mercadorias contra roubos.
Como vimos, essa taxa é parte do Ad Valorem e, juntas, essas despesas têm impacto direto no cálculo do frete do transporte.
Portanto, aprofundar o conhecimento sobre elas é fundamental para uma gestão logística eficiente.
Além de entender o que é GRIS e Ad Valorem, este conteúdo trouxe dicas especiais para ajudar na negociação da taxa e ações simples que vão contribuir na prevenção ao roubo de cargas.
Para tirar o máximo proveito dessa leitura, faça uma avaliação dos seus gastos com GRIS e use os aprendizados para otimizar o planejamento e a gestão de riscos de maneira geral.
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