O mercado de e-commerce no Brasil tem se transformado juntamente com o comportamento do consumidor e a evolução da world wide web. Desde a internet discada e as telecompras até os marketplaces atuais, esse formato de vendas passou por muita coisa.
E se antes ele expandia ainda com um pouco de timidez, a pandemia do coronavírus acelerou fortemente o processo. Nos últimos anos, a sua expansão tem chegado várias vezes aos dois dígitos percentuais.
Estamos falando de um mercado que tem marcado o futuro do varejo — formato de negócio que tem se digitalizado fortemente. Ou seja, negócios físicos brasileiros precisam repensar como se remodelar e adentrar o meio digital se quiserem sobreviver.
Se você quer entender mais como é o cenário do e-commerce no Brasil e sua expansão, siga lendo esse artigo.
Você entenderá como esse mercado funciona, qual é sua regulação, quais são seus dados recentes e, claro, desafios e tendências. Vamos nessa? Boa leitura!
Afinal, o que é e-commerce?
O e-commerce é um termo que vem do inglês e significa “comércio eletrônico”. É uma forma de vender e comprar produtos e serviços, usando meios digitais e tecnológicos e, em geral, sem a presença física de vendedores ou compradores.
É um modelo de compra e venda nativo na internet, e sua ideia é facilitar as compras com alguns cliques. Tudo isso sem precisar sair de casa — o que o torna tão interessante e cada vez mais popular.
Para ser considerado um e-commerce, é necessário que todo o processo de venda da loja seja online, desde a escolha do produto até a forma de pagamento oferecida — seja ela PIX, boleto ou cartão de crédito.
Como funciona o e-commerce no Brasil?
O e-commerce no Brasil funciona como em qualquer país: as lojas virtuais oferecem produtos e serviços que podem ser comprados em um site, um aplicativo ou um marketplace. No Brasil, as lojas virtuais são muito populares e já fazem parte do dia a dia dos brasileiros.
Nesse processo, as empresas precisam se preocupar com a plataforma que o produto vai estar disponível, o processo de compra, as formas de pagamento e, claro, como será a entrega dos itens comprados.
Segundo o Webshoppers 45,, relatório realizado pela NIQ Ebit em parceria com a Bews Pay, são 87,7 milhões de pessoas no país que fizeram alguma aquisição no e-commerce em 2021. Isso mostra que é um tipo de compra com forte adesão.
Entenda a regulamentação do e-commerce no Brasil
O comércio eletrônico é regulado pelo Decreto Federal nº 7.962/2013, popularmente chamado de Lei do E-commerce, que é responsável por regulamentar o Código de Defesa do Consumidor e ajustá-lo ao contexto virtual.
Ou seja, essa legislação orienta, de acordo com esse código maior, como vão funcionar as transações realizadas entre uma loja virtual e o seu consumidor do ponto de vista jurídico.
Para deixar mais claro o que essa lei define, vamos trazer algumas orientações gerais sobre a clareza às informações; o suporte imediato ao cliente e o direito de arrependimento. Veja a seguir!
Clareza das informações
Todas as informações da loja precisam estar bem claras dentro do ambiente digital que a empresa se encontra. É isso que vai fazer com que ela consiga ser identificada nesse espaço virtual.
Não é à toa que todas as lojas têm seus dados expostos na página inicial de maneira visível, seja no topo ou no rodapé. Isso é obrigatório e envolve dados como CNPJ, razão social, endereço da empresa, telefone, e-mail e formulário para contato.
Da mesma maneira, os dados sobre os produtos vendidos precisam estar muito bem explicados. Isso envolve fornecer informações como:
- especificações técnicas;
- garantia;
- funcionamento;
- preço (lembramos aqui que ocultar essa informação é proibida, inclusive);
- forma de pagamento;
- prazos de entrega;
- condições de troca e devolução.
Todas essas informações devem estar detalhadas e em linguagem universal.
Suporte imediato ao cliente
O suporte ao cliente também é uma dos pilares da Lei do E-commerce. Mais precisamente, ele precisa acontecer de maneira imediata e com qualidade. Também é obrigatório que o site disponha de uma seção de “Fale Conosco”, por exemplo.
De acordo com as regras legislativas, também é preciso que o comércio eletrônico, para ser enquadrado como um, tenha um canal que funcione 24 horas por dia, como, por exemplo, um chatbot.
As respostas oficiais ao consumidor devem ser dadas até o prazo de até 5 dias. Embora não seja obrigatório, a criação de um FAQ é aconselhada pela lei. Ele serve como um guia para orientar os consumidores nas dúvidas sobre o produto.
Direito de arrependimento
Por fim, outra norma importantíssima no meio digital é o direito de arrependimento. Ele já é previsto no Código de Defesa do Consumidor, mas ele é reforçado na Lei do E-commerce.
Todo produto que é comprado fora do estabelecimento comercial — como no meio digital — pode ser devolvido durante 7 dias contados do recebimento do produto ou serviço. Ou seja, o comprador pode se arrepender da compra e cancelar nesse período.
Essa norma existe principalmente porque no meio digital não há como testar o bem antes de adquiri-lo. Logo, é possível que ao tê-los em mãos, o consumidor se frustre com a aquisição por não ser o que imaginou, certo?
Como muitos compradores não sabem disso, é obrigação do site informar ao consumidor que existe essa possibilidade de devolução da mercadoria. Esse retorno do produto depende de uma logística reversa da loja.
Quais são os tipos de e-commerce no Brasil?
Existem vários públicos-alvo quando se pensa no e-commerce brasileiro. Embora o B2C seja o mais conhecido, outros modelos de compra também podem acontecer virtualmente, como B2B e D2C. A seguir, vamos falar brevemente sobre essas opções!
B2C
O B2C é a modalidade de e-commerce mais conhecida, também chamada de varejo digital. Essa modalidade acontece quando a loja virtual vende diretamente para consumidores individuais e finais.
Os produtos são de uso pessoal — mas de grande público — e costumam ser vendidos em menor volume, além de terem um ticket médio menor do que outros tipos de compras.
B2B
Outro tipo de e-commerce que é o B2B, ou seja, comércio entre empresas. Basicamente, marcas que vendem para outras marcas, ou seja, não tem relação com o cliente final.
Muitas vezes, vendem matérias-primas e maquinários, mas também podem abranger outros tipos de vendas, como serviços. Esse modelo de negócio tem um público-alvo mais restrito, transações com maior volume financeiro e também um processo de compra mais longo.
D2C
O D2C, ou direct to consumer, é um e-commerce que envolve a vendas diretas entre a empresa e os consumidores. Essa modalidade de e-commerce também é conhecida como “venda direta”.
Nesse caso, as empresas fabricantes — como Samsung ou Consul, por exemplo —, no lugar de distribuírem ao varejo, criam uma ponte virtual para vender já diretamente aos usuários dos produtos.
Por que esse modelo de negócio é tão promissor?
Mas, afinal, quais são suas vantagens de investir em um e-commerce no Brasil? Entre elas, podemos destacar benefícios como:
- praticidade e economia de tempo ao fazer compras online, o que permite que os consumidores acessem e comprem produtos e serviços sem sair de casa;
- preços mais acessíveis e promoções, principalmente nas lojas virtuais brasileiras, pois não há os mesmos custos de uma loja física;
- maior eficiência e rapidez na entrega, com serviços de e-commerce que oferecem plataformas e sistemas de gestão para rastreamento e controle dos pedidos;
- processos eficientes e práticos de pagamento e devolução, como os links de pagamento e o direito de arrependimento e estornos.
Todas essas facilidades vão pesar positivamente para o consumidor, que vai preferir consumir de forma online — ainda que exista integração com a loja física — na hora de comprar.
Um panorama sobre o mercado de e-commerce no Brasil
O mercado de e-commerce é bem recente, com cerca de 30 anos. Tudo começou nos anos 90, com a chegada da internet.
O primeiro e-commerce brasileiro surgiu em 1992, com o Magazine Luiza, gigante do varejo atual. Foi a primeira loja brasileira a ter formato de venda eletrônica no país.
No início do século 21, apareceram gigantes como a Americanas e o Mercado Livre que, desde então, tornaram-se os líderes no campo dos negócios virtuais na América Latina.
A partir daí, começaram a surgir empresas especificamente de comércio eletrônico e que se tornaram grandes ícones, como a NetShoes. Um ponto importante, e mais recente, nesse processo foi a força do mobile, ou seja, as compras online por smartphones e tablets.
As empresas precisaram se adaptar às compras feitas na palma da mão, oferecendo sites responsivos e adaptáveis. Mas, independentemente das idas e vindas que esse caminho levou, atualmente, o mercado e-commerce no Brasil está crescendo. Mas com que intensidade?
Catalisado pela pandemia em 2020, o e-commerce brasileiro teve um aumento de faturamento de 785% nos cinco primeiros meses de 2022, segundo um estudo da SmartHint. Esse é um dos dados mais recentes sobre o retorno desse tipo de comércio.
Ainda, em termos de valores, o e-commerce brasileiro vendeu R$73,5 bilhões no 1º semestre de 2022, segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).
Para o futuro, segundo o relatório The Global Payments Report 2022, se espera que o e-commerce deve crescer mais de 55,3% até 2025, atingindo US$8 trilhões (no valor total de transações).
No Brasil, o estudo indica que o aumento deverá ser de 95% no mesmo período, chegando a US$79 bilhões.
Quantos e-commerces existem no Brasil?
Estima-se que exista 1,59 milhão de sites de comércio online. Esse número representa mais de 9,4% do total de sites do Brasil e, ainda, 6% do varejo brasileiro, de acordo com dados levantados por pesquisa do PayPal e da BigDataCorp.
No entanto, como mostra a pesquisa também, a maioria dos sites ainda é pequeno, ou seja, menos de 10 mil visitas por mês.
Quais são os maiores e-commerces do Brasil?
De acordo com o Relatório Setores do E-commerce no Brasil, os 10 maiores do comércio eletrônicos do país são:
- Mercadolíder;
- Shopee;
- Amazon Brasil;
- Americanas;
- Magalu;
- AliExpress;
- iFood;
- Casas Bahia;
- Netshoes;
- Shein.
Qual é o perfil do consumidor de e-commerce no Brasil?
Como falamos, o perfil do consumidor do e-commerce no Brasil tem uma forte tendência: a compra pelo celular.
52% de todos os consumidores, ou seja, cerca de 33 milhões de pessoas, usarão smartphones pelo menos uma vez em suas últimas compras. É o que aponta The 2022 Global Digital Shopping Playbook.
Mas esse não é o único comportamento do consumidor de e-commerce. Outras características interessantes são a faixa etária que mais faz compras nas lojas virtuais.
A pesquisa mais recente sobre, intitulada E-commerce Radar descobriu que consumidores entre 25 e 34 anos são os responsáveis pela maior parcela das transações online, representando 38%, seguido por pessoas de 35 e 44 (23%), e jovens dos 18 aos 24 (18%).
Quanto aos produtos que mais compram, de acordo com pesquisa realizada pela NZN Intelligence, os aparelhos eletrônicos são os itens mais comprados pelos brasileiros na internet.
Em agosto de 2022, 60,8% dos respondentes compram eletrônicos pelo e-commerce. Roupas, sapatos e acessórios aparecem em segundo lugar, com 42,4%.
Os principais desafios enfrentados pelo setor
Embora o e-commerce cresça a cada ano, existem alguns desafios que eles enfrentam. Os principais são: o problema da logística e de entrega eficaz, a segurança para transações eletrônicas e as dificuldades na gestão dos estoques.
Além desses, que dizem respeito ao próprio gerenciamento da empresa, há também os desafios relacionados ao contexto nacional brasileiro que fazem parte do processo.
O acesso à internet ainda não é generalizado, existe a ausência de alfabetização digital, há também a desconfiança da população por ser uma modalidade nova e, claro, momentos de crise econômica também influenciam.
Tendências do e-commerce para os próximos anos no Brasil
Mesmo assim, quanto ao futuro, há muita expectativa. Não só pelos números elevados das projeções econômicas e de crescimento para o e-commerce, mas também pelas tendências que estão surgindo e mudando o mercado.
Entre as principais, podemos destacar a omnicanalidade. Essa é a tendência que estimula as empresas e e-commerces a buscarem uma experiência integrada e completa, independente do canal escolhido pelo usuário.
Esse também é o caminho que empresas físicas têm usado para adentrar o comércio eletrônico e, ainda assim, dar saída nos estabelecimentos. Estratégias como retirada em loja, smart lockers, cross selling são facilitadas neste contexto.
Além disso, o machine learning e a inteligência artificial também são fundamentais e vêm sendo cada vez mais usados e aprimorados para permitir que os e-commerces possam se adaptar às mudanças e desejos dos consumidores.
Conclusão
Não há como negar que o e-commerce no Brasil é uma grande oportunidade para os negócios. Mesmo que seja fortemente apoiado pela pandemia, esse é um modelo de negócio que tem um cenário muito promissor.
Estamos falando de um tipo de negócio que traz praticidade, economia e velocidade para os clientes — e, consequentemente, empreendedores.
São mais de 1,59 milhões de sites de comércio online atualmente, dentre eles, grandes cases, como Mercado Livre, Amazon Brasil e Magazine Luiza.
Para se destacar nesse universo, no entanto, é fundamental contar com uma boa plataforma de comércio digital.
E se você quiser continuar aprendendo mais sobre e-commerce e vendas, leia também sobre como vender no comércio eletrônico!
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Roberto Dias Santos diz:
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19 de março de 2022 EM 10:39