Como reflexo da mudança de hábitos do consumidor e do varejo, muitas pessoas têm optado pelo uso de cartão nas compras, principalmente na internet. No entanto, essa facilidade tem se apresentado problemas como a fraude de cartão de crédito.
Hoje em dia não é difícil ouvir alguém dizer que teve seu cartão clonado. E isso tem se tornado um problema para o varejo, seja online ou mesmo físico.
Os criminosos vêm se especializando na prática e empregando métodos sofisticados, o que dificulta o combate.
Diante disso, as empresas varejistas precisam estar atentas ao cenário das fraudes, adaptando os seus negócios para minimizar os riscos e prejuízo aos clientes.
Por isso, pensando em ajudar você a contornar esse problema, preparamos este conteúdo abordando alguns pontos essenciais sobre as fraudes no cartão de crédito e como evitá-las. Acompanhe!
O que é fraude no cartão de crédito?
A fraude de cartão de crédito é um tipo de crime que, por meio dessa forma de pagamento, se faz uso dos dados financeiros de uma pessoa.
Ela é considerada também uma ação de má fé, afinal, é uma operação não autorizada, que visa a ganhar uma vantagem ilícita e financeira de uma pessoa e do seu patrimônio.
Seja qual for o tipo de fraude, os golpistas sempre usam e manipulam informações e dados bancários de outras pessoas.
O cenário de fraudes de cartão de crédito no Brasil
As fraudes relacionadas aos cartões de crédito no Brasil apresentam números expressivos, o que confirma a ideia de que esse é um problema grave de segurança no varejo online e físico.
Segundo dados do laboratório de segurança Psafe, de janeiro a agosto de 2018, foram identificados 920 mil golpes na internet. E o objetivo era a apropriação de dados financeiros de consumidores para clonar cartões de crédito.
A partir desses números, a projeção é que, a cada minuto, 3,6 fraudes sejam praticados nessa modalidade pelo Brasil. No entanto, com a pandemia, esse problema se tornou ainda mais intenso.
Em 2021, o Brasil sofreu um aumento de 32,7% nas tentativas de fraudes em e-commerce no primeiro semestre comparado com o mesmo período do ano passado, de acordo com o estudo Mapa da Fraude.
Foram mais de 2,6 milhões de tentativas nos primeiros seis meses deste ano, considerando 182 milhões de transações via cartão de crédito.
Tipos comuns de fraudes de cartão de crédito
As ações envolvendo fraudes com cartão de crédito acontecem de diferentes formas. Os criminosos estão a todo momento buscando alternativas para aplicar os golpes, se aperfeiçoando nas práticas.
Por isso, os tipos de fraudes de cartão sempre se atualizam. A seguir, listamos alguns dos golpes mais comuns. Confira!
Troca de máquina
Essa é uma modalidade bastante usada pelos fraudadores. O criminoso, nesse caso, substitui a máquina correta por outra da sua titularidade, a qual tem características bastante semelhantes às do estabelecimento. O objetivo, claro, é não levantar suspeitas.
Assim, uma vez substituída a máquina, os valores decorrentes das vendas deixam de ir para a conta da empresa e são desviados para a conta do fraudador sem que o dono do cartão saiba.
No geral, esse tipo de prática ocorre com a participação de um funcionário, já que pode ser difícil para o criminoso ter acesso às máquinas para fazer essa substituição.
Cancelamento de venda
Nesse tipo de fraude, o criminoso também se vale da ajuda de um funcionário mal-intencionado para efetuar uma compra no estabelecimento como se fosse um cliente comum.
Porém, logo depois da compra e a nota para a retirada do produto ser entregue, o fraudador efetua o cancelamento da compra. Ou seja, a empresa não receberá nada pela transação, afinal, ela não existe mais.
Como muitos estabelecimentos comerciais não têm o hábito de fazer a conferência diária das vendas no cartão e dos eventuais cancelamentos, a fraude só é identificada ao final do mês.
É por isso que na maioria dos casos a loja já não pode mais adotar nenhuma medida para ter o prejuízo ressarcido.
Compras com dados de terceiros
Modalidade de fraude comum atualmente, as compras com dados de terceiros ocorrem quando o criminoso tem acesso às informações do cartão e do seu titular.
Com esses dados, passa a efetuar compras em diferentes estabelecimentos em nome de outras pessoas. No passado, essa prática estava bastante associada à clonagem dos cartões.
Mas com a sofisticação dos sistemas de segurança e o uso dos chips, a clonagem reduziu drasticamente.
Por outro lado, os criminosos ainda conseguem se apropriar dos dados de usuários via internet, por meio de softwares maliciosos que capturam informações de compras online.
Fraude de pagamento
A fraude no pagamento do cartão ocorre quando o estabelecimento efetiva a venda com o cliente, mas os valores decorrentes da transação não são disponibilizados na conta da empresa. Ou seja, o negócio vendeu, mas não recebeu.
Nessa situação, é preciso avaliar quais são os motivos que geraram o problema entrando em contato com a instituição financeira.
Muitas vezes, a falha na comunicação ocasiona esse tipo de problema. No entanto, se a empresa não fizer uma checagem diária, pode acabar no prejuízo.
Técnica de phishing
A técnica de phishing é um tipo mais amplo de golpe, pois envolve o roubo de dados — e entre eles, está o cartão de crédito.
Nesse tipo de golpe, o criminoso se passa por uma falsa loja virtual, criando todo um cenário para que pareça um e-commerce de verdade.
Ao se mostrar como um contato legítimo, a empresa pede o envio de dados pessoais, como endereço, nome completo, número dos documentos e, em muitos casos, os números do cartão de crédito.
Outra forma de aplicar esse golpe é enviando um e-mail ou mensagem de celular com um link que leva a um site enganoso para solicitar os dados. Com eles em mãos, o golpista pode fazer compras online em nome da vítima.
Compra duplicada
A compra duplicada é outro tipo de golpe que ocorre quando o operador da maquininha informa ao comprador que não foi possível realizar a transação devido a problemas.
Como deu erro, o consumidor vai precisar passar novamente. Nessa situação, o consumidor coloca o cartão em outra maquininha em outra máquina. Ao fazer isso, o golpista aproveita a situação para cobrar um valor diferente.
Esse mesmo problema de compra duplicada também pode acontecer no meio virtual. Ao realizar o pagamento de uma compra em um site, a pessoa vai ser notificada sobre um suposto erro.
Por causa disso, ele vai precisar informar todos os dados e, inclusive, o cartão de crédito. Como resultado, o valor da compra vai ser creditado duas vezes.
Gerador de combinações numéricas falsas
Por fim, há ainda o problema de combinações numéricas falsas. Isso acontece por meio de ferramentas de geração de números de cartões de crédito.
Como elas são capazes de gerar milhões e milhões de combinações numéricas diferentes, o resultado sempre pode trazer alguns resultados que são, de fato, os números válidos de cartão de crédito.
O fraudador, então, usa esses números para fazer compras. No entanto, esse é um golpe mais difícil se o fraudador apenas tiver acesso ao número de cartão, mas nenhum dado pessoal do seu dono.
Como evitar a fraude de cartão de crédito no setor varejista?
Como falamos, as fraudes com cartões podem ocorrer de diferentes formas no varejo. Por isso, a empresa precisa se cercar com mecanismos distintos para prevenir riscos e prejuízos.
A seguir, listamos algumas práticas que podem reforçar a segurança nesse quesito. Veja!
Dê orientações de segurança aos clientes
As maiores vítimas de golpes costumam ser os consumidores, no entanto, isso se torna um problema para sua loja do mesmo jeito. Os criminosos costumam atacar primeiro as pessoas físicas, pois precisam dos seus dados financeiros.
É por isso que uma dica valiosa consiste em educar seus clientes sobre os principais tipos de fraude de cartão de crédito. Você precisa mostrar a gravidade da situação e, principalmente, quais são as melhores formas de se proteger.
Oriente seu público sobre o uso de senhas fortes, não compartilhamento de dados e a manutenção de antivírus, por exemplo.
Faça o acompanhamento de métricas importantes
Para combater a fraude de cartão de crédito na sua loja, seja ela física ou online, você deve acompanhar e equilibrar algumas métricas. São elas a taxa de aprovação, o período de resposta e o índice de chargeback (prejuízo).
Na prática, se você toma uma medida protetiva e acaba impedindo um bom cliente de comprar com você, acaba criando mais um problema. E ele pode, ainda, se tornar um prejuízo ainda maior que a fraude, além de manchar a reputação da empresa.
Da mesma forma, a demora para aprovar uma transação como medida de segurança também pode ser negativa — ainda que proteja —, principalmente quando se pensa na experiência do cliente.
Uma alta burocracia pode fazer com que o cliente desista de comprar com você. Por essa razão, medir as métricas é fundamental para garantir um equilíbrio.
Registre as tentativas de fraude
A melhor forma de se proteger no futuro é entendendo como os problemas acontecem no presente. É por isso que, sempre que for possível, você deve registrar a tentativa de fraude.
Saber como os golpes acontecem aumenta a prevenção, principalmente poesia auxilia a identificar padrões e fazer com que grandes ataques sejam barrados antes mesmo de acontecer.
Além de armazenar esses dados, vale a pena guardar todos os registros de estorno e dados de clientes com históricos problemáticos. Ter esse banco de informações pode ser uma arma valiosa em futuras avaliações antifraude.
Dê preferência a máquinas com leitores de chip
O chip está presente na maioria dos cartões ativos no Brasil, chegando a 95%, segundo dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito).
Isso, em grande medida, se deve ao fato de que esse sistema é muito mais seguro do que as tradicionais tarjetas magnéticas, muito comuns no passado.
Sabendo disso, uma das maneiras de reduzir a probabilidade de fraudes na sua empresa é trabalhar com máquinas com leitores de chips.
Essa tecnologia oferece uma segurança muito maior para quem vende e para quem compra. Afinal, depende do uso de senhas e mecanismos adicionais de criptografia que dificultam a clonagem de dados do cartão.
Proteja o seu e-commerce e sua loja virtual
Como falamos antes, as fraudes em ambientes físicos também acontecem. Contudo, no varejo online, o problema é ainda mais grave. Por essa razão, é essencial que a empresa adote todas as precauções para evitar sofrer com fraudes.
Sistemas de criptografia, autenticação e checagens de fraudes já podem ser empregados em plataformas de pagamento online.
Tudo isso cruzando e avaliando dados do consumidor, como CPF, endereço, IP do dispositivo usado na compra e posição geográfica.
Todos esses recursos adicionais antifraude ajudam a manter a integridade no varejo online. Assim, impede que fraudadores, munidos de dados de terceiros, consigam efetuar compras em estabelecimentos online.
Invista em tecnologia e recursos extras
Investir em tecnologia e recursos extras de segurança e controle das transações é imprescindível no cenário atual do varejo.
A exemplo, operar em sistemas de conciliação de cartões ajuda na conferência das transações e dos dados de clientes, tornando a plataforma de pagamento mais robusta e segura.
Além disso, é possível trabalhar com outros recursos, sobretudo no varejo físico, em que é mais fácil checar informações pessoais e confrontá-las com bases de dados. Nesse sentido, é preciso adotar sistemas de reconhecimento facial, biometria e autenticação de tokens.
De quem é a responsabilidade em casos de fraude de cartão de crédito?
Segundo o artigo 927 do Código Civil, o uso de cartão de crédito é uma atividade de risco. No entanto, caso a fraude não tenha sido provocada nem pelo cliente, nem pelo comerciante, é a operadora do consumidor que vai reparar os danos.
Como o comerciante não recebeu os valores das mercadorias vendidas, ele não deve arcar com esse custo. Toda instituição financeira tem a obrigação de cancelar as compras que o cliente afirma não ter realizado.
As empresas responsáveis pela emissão do cartão ou por alugar a máquina de cartão de crédito também são as que devem responder pela falha na segurança.
O que fazer em caso de fraude com cartão de crédito?
Mesmo com a aplicação de recursos de segurança e adoção de políticas antifraude, nenhuma empresa está livre de sofrer com esse problema. Por isso, é preciso saber como proceder quando esse tipo de situação ocorrer no varejo.
Inicialmente, pontuamos a importância de a empresa adotar mecanismos de checagem das vendas no cartão todos os dias, como em um sistema ERP.
Essa postura agiliza a identificação de inconsistências e eventuais fraudes ocorridas nas vendas, além de garantir mais transparência às atividades.
Feito isso, o segundo passo é comunicar à administradora do seu sistema de recebimento por cartão sobre as operações suspeitas. Isso resguarda a empresa de prejuízos futuros por não comunicação da fraude em tempo hábil.
Caso o golpe seja feito dentro da sua empresa, você deve tomar medidas para investigar o ocorrido e punir os envolvidos.
Controle suas vendas com as tecnologias TOTVS para o Varejo
Embora as fraudes no cartão de crédito sejam ocorrências corriqueiras no cenário do varejo, podendo acontecer em qualquer canal, é possível adotar uma postura preventiva.
E a tecnologia é o principal caminho para isso. No entanto, ela vai muito além de ajudar o pagamento para o varejo físico ou digital. É preciso integrar canais de venda por meio da tecnologia para que a experiência de compra seja melhor como um todo.
Já imaginou integrar gestão de estoque, controle financeiro e gerenciamento de todos os canais de venda em um só lugar? Com as tecnologias TOTVS para o setor varejista, isso é possível.
Nossos sistemas possuem funcionalidades que permitem a integração da sua operação para otimizar todo o gerenciamento.
Assim, é possível vender produtos de qualquer estoque, entregando a partir de uma loja diferente quando necessário.
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Conclusão
A fraude de cartão de crédito é um problema que pode atingir qualquer tipo de varejo. E os tipos de golpes são muitos: troca de máquina, técnica de phishing e até mesmo geradores de combinações numéricas.
Por isso, se você quer fugir desse problema, é necessário orientar seus clientes, fazer o equilíbrio de métricas e, claro, investir em tecnologias que melhoram sua operação.
Ferramentas tecnológicas conseguem evitar golpes no seu negócio, mas elas podem agregar muito mais: podem ajudar você aumentar suas vendas.
Os sistemas e aplicações da TOTVS para o setor varejista permitem integrar tecnologia à experiência do consumidor por meio de um dashboard simples, visual e intuitivo.
E, se você gostou desse assunto, aproveite para ler também sobre indicadores de vendas para monitorar dentro de um negócio!
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