Para uma startup, a fase de escala do negócio é primordial para determinar seu nível de sucesso ou seu fracasso. Nesse estágio, é comum buscar o auxílio de uma aceleradora de startups, que proporciona os recursos necessários para promover sua solução.
Na prática, contar com o auxílio de uma aceleradora de startups pode mudar o panorama do seu negócio, amadurecendo seu modelo de negócios, promovendo mais conhecimento sobre o mercado e capital para que o negócio se estabeleça.
Esse é o sonho de muitos empreendedores por trás de startups: entrar em um programa de aceleração, que ofereça recursos, mentorias e um palco para realizar seu pitch a grandes investidores, bem como possíveis clientes.
É o caso da sua startup?
Bom, sabemos que nesse ponto, é comum que muitos empreendedores fiquem em dúvida sobre qual passo dar: “minha startup realmente precisa de uma aceleradora ou uma incubadora?“
Essa é apenas uma das questões que permeiam a mente das pessoas por trás das decisões em uma startup. Como garantir que você vai seguir o caminho certo?
O primeiro passo é conhecer, de forma aprofundada, o que é uma aceleradora de startups, seu funcionamento, diferenças para outros modelos de negócio e demais aspectos fundamentais.
Por isso, preparamos um guia completo sobre aceleradora de startup para te explicar tudo sobre esse tipo de negócio. Vamos lá?
O que é uma aceleradora de startups?
Uma aceleradora de startups promove todo suporte educacional, com programas de mentoria, bem como financiamento, para negócios em estágio inicial e movidos pelo crescimento (growth-driven).
Ian Hathaway, empreendedor, professor, autor, investidor e Vice-Presidente da aceleradora Techstars realizou um estudo em 2016 sobre aceleradora de startups.
Em um artigo para a Harvard Business Review, ele define aceleradoras de startups como um tipo de negócio único:
“Com prazo fixo, baseado em grupos e orientado por mentoria, [as aceleradoras de startups] culminam em uma formatura ou “dia de demonstração”.
Uma aceleradora de startups faz exatamente o que o nome dá a entender:
Fornece uma plataforma (composta por recursos financeiros, programas de educação, networking e mentoria) para empresas em estágio inicial, mas que já possuam um produto mínimo viável (MVP), terem a possibilidade de escalar em poucas semanas ou meses o que, em outro cenário, levaria anos.
Como isso é possível?
Sabemos que todas as startups são, essencialmente, diferentes: propostas de valor diferentes, operando em fases diferentes, com conceitos diferentes, representando diferentes setores.
Portanto, não existe uma abordagem “tamanho único” (one size fits all) que funcione com cada startup. Mas o objetivo principal de uma aceleradora de startups permanecerá sempre o mesmo: preparar os empreendedores para escalar seu negócio.
Como funciona uma aceleradora de startups?
A aceleradora de startups funciona como uma plataforma de escala para negócios em estágio inicial e que busca maximizar seus resultados. Para isso, a aceleradora se torna sócia-minoritária da startup (de 8% a 20% do negócio).
A parceria entre uma startup e uma aceleradora é baseada em um contrato de prazo fixo (normalmente curto ou médio), que busca promover “o crescimento de anos em apenas alguns meses“.
A aplicação a uma aceleradora de startups é um processo difícil — embora seja muito menos burocrática que outros tipos de plataformas, como incubadoras e seed-fundings.
Uma vez que seu negócio seja aceito, é bom se preparar para uma transformação em sua rotina, com:
- Trabalho aceleradora e maior exigência por resultados;
- Seminários e workshops educacionais sobre tópicos como arrecadação de fundos, RH, trabalho com consultoria jurídica, prática de pitching e desenvolvimento de produtos;
- Mentoria em grupo e individual de especialistas do setor, investidores e outros fundadores de sucesso;
- Reuniões e calls regulares com a liderança aceleradora (por exemplo, investidores, empreendedores que já passaram pela aceleradora, etc.);
Em troca, as aceleradoras oferecem diferentes incentivos e recursos. Os principais você já conheceu — embora sejam fatores que dependam de aceleradora para aceleradora — mas vamos relembrar para ilustrar um pouco melhor:
- Financiamento: a maioria dos programas oferecem investimentos iniciais às empresas. A forma que as startups “pagam” esse investimento é cedendo uma parte minoritária do negócio para a aceleradora.
- Coworkings ou locais para networking: não é uma obrigação da aceleradora oferecer um coworking, mas pode acontecer! Além disso, a aceleradora pode disponibilizar salas para apresentações e reuniões.
- Treinamento: muitos programas de aceleração oferecem acesso a oportunidades únicas de treinamento, com seminários, workshops, reuniões de mentores e práticas de pitch.
- Networking e inovação aberta: os programas aceleradores dependem da colaboração. Por isso, ao longo de vários meses, as aceleradoras promovem a adoção da inovação aberta, em que as startups encontram outras startups em estágios iniciais, a fim de proporcionar uma troca de ideias. Assim, é possível desenvolver parcerias de sucesso e promover a inovação.
- Dia da demonstração (demo day): O programa chega ao fim em um dia de apresentação: depois de escalar suas empresas, cada equipe pode lançar sua startup para investidores em potencial.
Aceleradora de startups no Brasil
O cenário para aceleradora de startups no Brasil é cada vez mais promissor. São milhares de startups com propostas inovadoras, que podem aproveitar de todos os benefícios que as aceleradoras proporcionam.
Hoje, de acordo com dados do Sling Hub divulgados em matéria do Valor Investe, são mais de 15 mil startups apenas no Brasil. Em 2020, mesmo em um ano repleto de desafios por conta da pandemia, os investimentos destinados a startups foram de R$ 19 bilhões.
No mercado da América Latina, o Brasil é o destaque entre as startups, concentrando 70% dos investimentos realizados em 2021 (cerca de US$ 9 bilhões dos US$ 13 bilhões totais).
Sobre aceleradoras de startups, os estudos mais recentes são do período pré-pandemia, mas já dão a entender o quão aquecido é o segmento:
De acordo com dados de estudo divulgados pela Agência Brasil, até 2019, o Brasil contava com 363 incubadoras e 57 aceleradoras.
Ainda conforme o levantamento, mais de 2 mil startups já foram aceleradas no país, gerando mais de 4 mil empregos diretos.
Sobre o faturamento das startups aceleradas, os dados são de 2017 e apontam para receita de R$ 474 milhões.
Na perspectiva mundial, é possível apontar a existência de algumas centenas de aceleradoras, que investem bilhões de dólares em novas ideias e startups.
Agora, é importante compreender o contexto de como tudo começou para que você, empreendedor, entenda de onde veio a ideia por trás das aceleradoras.
Embora investir em empresas não seja algo novo, a ideia de uma aceleradora de startups foi concretizada apenas em 2005, pelas mãos e recursos do empresário e investidor Paul Graham.
Ele estabeleceu o primeiro programa de aceleração, chamado de Y Combinator.
A ideia era relativamente simples: investir pequenas quantias de dinheiro em diferentes ideias de empreendedores de tecnologia, ao mesmo tempo apoiando-os como um grupo (cohort-based) no desenvolvimento de seus conceitos.
Sua intenção era criar eficiência investindo nos mesmos termos em uma coorte, oferecendo um só nível de suporte ao mesmo tempo.
Em resumo: em vez de se posicionar como um investidor anjo e aportar dinheiro individualmente em cada startup (com quantias, termos e negociações isoladas), ele simplesmente criou uma plataforma que simplificou sua atuação.
Em determinado momento, a Y Combinator tinha em seu portfólio empresas com valor total que ultrapassaram os US$ 30 bilhões (com Airbnb e Dropbox ocupando mais da metade, cerca de US$ 20 bilhões).
Para que serve uma aceleradora de startup?
Uma aceleradora de startups serve como uma plataforma para que uma startup se estabeleça no mercado e cresça de modo escalável.
Vale pontuar que nem toda startup vai ter a oportunidade de entrar em uma aceleradora e isso não as impedirá de serem bem-sucedidas.
No entanto, o que as aceleradoras oferecem é uma oportunidade única para as startups amadurecerem.
Afinal, são ambientes intensos, cujos aportes financeiros e programas de mentoria são cobrados em forma de resultados.
Leve em conta ainda que uma aceleradora de startups vai lhe dar as condições (e muitas vezes o espaço) para dedicar 100% do seu tempo e do seu time em seu crescimento escalável.
No mais, em geral, podemos apontar que uma aceleradora de startups atua de maneira estratégica em 4 pilares essenciais para o desenvolvimento de uma ideia e para o lançamento de um negócio promissor no mercado. São eles:
1. Espaço de trabalho
A maioria das aceleradoras de startups oferece espaço de escritório grátis para projetos que escolheram financiar — especialmente as aceleradoras tech.
Funciona como um coworking, no qual membros da equipe de vários projetos diferentes compartilham escritórios, salas de conferência, bancadas, WiFi, entre outros adicionais.
Vale lembrar que nem todas as aceleradoras oferecem o coworking: muitas vezes, apenas algumas salas para que reuniões, calls e pitches sejam realizados. É o que acontece com a Y Combinator no Vale do Silício, por exemplo.
2. Financiamento inicial
A maioria das aceleradoras de startups se destacam pelo aporte inicial que realizam as startups escolhidas.
Isso não apenas ajuda a cobrir as despesas (operacionais e estratégicas) de negócios em estágio inicial, mas também as despesas de viagem e moradia para a residência pelo período de três meses.
Em troca desse financiamento, as startups topam ceder uma fatia minoritária da sua operação para a aceleradora.
3. Networking e consultoria
Uma ótima ideia de produto ou serviço nunca é o suficiente, apenas o começo.
Um negócio de sucesso depende de vários fatores — e a experiência no mercado é um deles, algo que as aceleradoras têm muito a contribuir.
Os indivíduos e empresas por trás das aceleradoras de startups costumam possuir essa bagagem, além de conhecerem pessoas capazes de ajudar de múltiplas formas.
Para todos os efeitos, além das consultorias, uma aceleradora de startups serve também como um hub de inovação e networking, capaz de conectar você e sua startup a parceiros comerciais e estratégicos que não encontraria de outra forma!
Sem contar todo processo de estabelecer conexões relevantes com investidores.
Por fim, é comum ainda que as aceleradoras, além de seus próprios recursos, sejam apoiados por investidores anjos e firmas de capital de risco (venture capital) que buscam startups promissoras para injetar dinheiro.
4. Feedback, orientação e mentoria
Faz parte da rotina das aceleradoras que os profissionais envolvidos com a organização atuem proativamente na avaliação das startups.
Assim, fazem feedbacks, dão orientação e fornecem toda uma mentoria sobre como transformar uma ideia ou um MVP em uma solução de sucesso no mercado.
A mentoria se difere da consultoria que mencionamos acima pois está relacionada ao próprio negócio da startup. Enquanto na mentoria, um profissional se dispõe a sentar com o empreendedor e agir em cima da solução proposta, buscando conciliar caminhos para o crescimento escalável.
Aceleradora x Incubadora: Quais são as diferenças?
Apesar de algumas vezes os conceitos parecerem sinônimos, o que causa muita confusão, as incubadoras são diferentes de startups. Sim, ambas financiam empresas, mas as semelhanças não vão além disso.
Bom, vamos lá: o conceito de uma aceleradora de startups você já conhece, certo? São plataformas que impulsionam o crescimento de startups em estágio inicial de negócio, com um MVP já definido.
E uma incubadora? Esse tipo de plataforma tem como foco a gestão da inovação. Elas ajudam os empreendedores a lapidar suas ideias de negócio e a construir sua startup — muitas vezes do zero!
As incubadoras de startups também podem buscar por empresas em estágio inicial, mas o foco principal é desenvolver o negócio para que ele possa caminhar com as próprias pernas em curto ou médio prazo.
Conclusão: para uma incubadora, na teoria, não importa se uma startup apresenta ou não a chance de crescimento rápido e escalável — o que é um fator determinante para uma aceleradora aceitar acolher uma startup.
As incubadoras podem ser plataformas abertas para o mercado mais amplo de startups (sem distinção de nicho), mas também voltadas para alguns segmentos (como público, saúde, agronegócio, etc).
Essa distinção é algo que não preocupa apenas novos empreendedores, mas até mesmo os governos de diferentes países.
De acordo com um gráfico produzido em estudo do governo britânico, as diferenças e semelhanças entre elas são as seguintes:
O que é uma aceleradora de vendas de startups?
Uma aceleradora de vendas de startups é uma plataforma com foco em maximizar as vendas de negócios em fase de escala. É um ambiente de intenso network, capaz de gerar múltiplas oportunidades e conectar startups a negócios transformadores.
Na prática, uma aceleradora de vendas de startup é uma companhia capaz de ampliar o portfólio de ofertas da startup, conectando-a a um ecossistema de possíveis clientes e parceiros comerciais.
Ela oferece tudo que você já viu relacionado às aceleradoras de startups:
- investimento financeiro;
- mentoria e consultoria;
- local de coworking ou para reuniões.
No entanto, as aceleradoras de vendas de startups são especializadas na parte estratégica comercial. Assim, auxiliam o empreendedor a refinar seu modelo de negócios e sua proposta de valor aos clientes.
Dentro os benefícios, a aceleradora de vendas de startups também atuam de maneira estratégica no direcionamento de negócio, ajudando a entender quais custos reduzir e quais investimentos realizar.
No fim das contas, dependendo da aceleradora de vendas, a própria startup pode ser “incorporada” à empresa por trás da iniciativa.
Desse modo, a startup passa a ter acesso a uma base de leads qualificada e, muitas vezes, a um enorme número de clientes em potencial.
Um dos principais benefícios de fazer parte do iDEXO é que a startup, automaticamente, é colocada em uma posição estratégica no mercado.
Graças à mentoria e orientação da TOTVS, a startup pode aproveitar oportunidades e ajudar tanto a própria TOTVS, como também suas franquias, canais, parceiros e mesmo clientes!
iDEXO
A TOTVS conta com um hub de inovação aberta, o iDEXO. Mas ele não é uma aceleradora de startups. O objetivo do iDEXO é mapear, viabilizar e acompanhar as ações e relacionamentos estabelecidos entre o ecossistema da TOTVS e startups.
O hub contribui para uma cultura de inovação e um ambiente de trocas, networking e negócios entre startups e a Companhia. Conta com uma comunidade composta por mais de 80 startups que atendem aos segmentos da economia em que a TOTVS está presente como:
AgroTech;
Backoffice;
Cross;
EdTech;
FinTech;
HealthTech;
Hospitality;
HRTech;
Manufatura;
Supply;
Varejo.
Para fazer parte da Comunidade iDEXO a startup precisa ter o modelo de negócio B2B, produto validado e contar com uma solução que seja complementar às dimensões de Gestão, Business Performance e Techfin.
Assim, o iDEXO amplia o portfólio de ofertas da TOTVS e aproxima a Companhia e seus clientes do ecossistema de startups e de soluções inovadoras que simplificam o dia a dia dos negócios. Junto ao iDEXO a TOTVS integra pelo 4º ano seguido o TOP 50 Open Corps, entre mais de 5.300 empresas que fazem inovação aberta no Brasil.
Saiba mais sobre a atuação do iDEXO e sua Comunidade de startups!
Conclusão
Ao longo deste conteúdo, apresentamos e explicamos as principais características das aceleradoras de startups e porque são tão importantes em impulsionar o crescimento de novos negócios.
Esperamos que você tenha gostado do conteúdo e que essas informações sejam valiosas para o seu negócio — seja agora ou no futuro!
E se você tem uma startup em fase de escala, cujo produto ou serviço conversa com os segmentos que citamos acima, que tal se tornar parte da comunidade iDEXO?
Conte com toda expertise da TOTVS e de seus profissionais e parceiros qualificados para tornar seu negócio um sucesso!
Para mais conteúdos como esse, é só navegar pelos conteúdos do nosso blog. Dica: temos uma categoria inteira dedicada a Inovações, vale a pena conferir!
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