Se o seu negócio não está inovando, ele para no tempo. É por isso que a gestão da inovação é tão importante: ela cria métodos e estruturas para que ideias sejam geradas, testadas e colocadas em prática, resultando em melhorias para o negócio.
Afinal, muito se fala na importância da cultura da inovação para uma empresa. Porém, trata-se simplesmente de recrutar profissionais criativos?
É claro que não — e a gestão da inovação prova isso. Essa função sistematiza a forma que uma empresa lida, estimula e implementa ideias inovadoras no negócio, transformando-as em soluções.
Em tempos de uma forte concorrência e a necessidade de criar diferenciais para conquistar os clientes, esse processo ganhou ainda mais relevância. No entanto, é comum se deparar também com alguns desafios para implementar a gestão da inovação. Afinal, isso é realmente necessário?
Sem dúvida alguma. Ainda assim, há diferenças importantes entre simplesmente fomentar a inovação e submetê-la a um processo de gestão. Pensando nisso, criamos este conteúdo para esclarecer de vez a questão.
Vamos te explicar tudo sobre o tema, da importância da gestão da inovação para o desenvolvimento das organizações até sua aplicação prática. Vamos lá?
O que é gestão da inovação?
A definição de gestão da inovação mais aceita é que se trata do processo de gerenciar novas ideias, da sua origem (ideação) até sua aplicação prática, de modo a materializar as ideias inovadoras e torná-las soluções úteis ao negócio.
Para alguns, parece uma função incongruente: afinal, como domar e sistematizar algo que, de estruturado, não tem nada? Bom, esse é o desafio por trás da gestão da inovação.
Ou seja, sistematizar a criação e aplicação de ideias.
Talvez você se pergunte: “Qual o setor responsável por isso?“
Bom, na prática, a gestão da inovação é normalmente executada por um profissional da área de RH. No entanto, no processo de construção de uma estrutura inovadora, participam pessoas de todos os setores.
Afinal, a inovação pode vir de todos os players do negócio — bem como se destinar a melhorias e otimizações internas e externas.
Como surgiu a gestão da inovação?
A gestão da inovação, como conceito, é algo novo. No entanto, suas práticas já são utilizadas no mercado há bastante tempo. De acordo com um artigo da Harvard Business Review, a prática vem revolucionando as empresas nos últimos 100 anos.
O artigo de Gary Hamel, “The Why, What, and How of Management Innovation“, discute o assunto, destacando que a gestão da inovação foi responsável pela evolução do mercado até aqui.
No entanto, são poucas as empresas com um processo bem estruturado e documentado de gestão contínua de inovação:
“Praticamente todas as organizações no planeta trabalham sistematicamente nos últimos anos para reinventar seus processos de negócios em prol da velocidade e eficiência“.
A conceitualização da gestão da inovação, no entanto, não tardou a aparecer daquilo que se viu às empresas realizarem no começo do século passado.
Em 1939, o economista Joseph Schumpeter publicou um estudo que, hoje, é encontrado como livro, chamado de “Business Cycles: a theoretical, historical, and statistical analysis of the capitalist process“.
No artigo, o economista explica que a inovação é o principal motor da economia capitalista. Ela é necessária para que a empresa cresça e possa aumentar seu patamar.
A partir daí, passamos gradativamente por várias revoluções administrativas, industriais e tecnológicas que reforçaram a necessidade da inovação.
Hoje, você imagina um negócio bem-sucedido que não seja calcado na inovação? A resposta nos diz algo: a gestão da inovação, hoje, é essencial para o futuro.
Inovação e desenvolvimento nos negócios
No início do século 20, a General Eletric (fundada por Thomas Edison, o inventor da lâmpada elétrica) revolucionou a indústria ao estabelecer os primeiros laboratórios de pesquisa do setor. Em seguida, a DuPont se tornou pioneira do mercado de capitais ao adotar cálculos de retorno sobre investimentos. A Procter & Gamble’s, por sua vez, nos apresentou os primeiros bens de consumo embalados.
A lista se estende por mais de cem anos, passando pela automação computadorizada até chegar à transformação digital. Entretanto, o número de empresas também se multiplicou, gerando um ambiente de criação mais rápida e grande densidade de produtos e serviços.
Assim, a gestão da inovação surge como um processo de sistematização do uso estratégico do desenvolvimento de produtos, serviços e ideias. Nesse sentido, o conceito envolve gerenciar práticas, métodos, ferramentas ou, até mesmo, um departamento inteiro.
Leia também: O que é gestão de projetos? Ferramentas, metodologias e mais!
Como sistematizar a gestão da inovação
Tratar a inovação como parte da estratégia de negócios significa adotá-la como mecanismo capaz de criar valor para a empresa. Isso exige dos gestores a capacidade de identificar oportunidades e modificar o modo de trabalhar da organização para que ela seja capaz de conquistar resultados cada vez melhores.
Para sustentar essa prática, um dos pilares da gestão da inovação é o uso de uma solução digital para processar e aplicar as ideias desenvolvidas, seja coletando dados do sistema de gestão (ERP) ou CRM, seja de outros meios. Vale destacar que algumas mudanças significativas devem ocorrer na dinâmica interna da empresa, a começar pelo mindset dos colaboradores.
Colocar uma ideia disruptiva em prática é uma coisa. Sistematizar a inovação como instrumento de geração de valor é outra, e isso exige uma cultura inovadora. Grosso modo, os profissionais devem entender os objetivos a serem alcançados e os meios para fazer isso. Para entender os detalhes dessa nova dinâmica, veja a seguir algumas das práticas adotadas por uma gestão da inovação em plena execução:
- mapeamento de oportunidades e ameaças;
- reformulação e revisão de processos visando à redução do retrabalho ou otimização da atividade;
- incentivo à criatividade;
- capacitação constante;
- coordenação e controle de atividades;
- análise e otimização do uso de recursos (humanos e tecnológicos);
- construção e fortalecimento de relações (internas e externas à empresa);
- identificação e desenvolvimento de talentos.
São apenas alguns exemplos de formas de trabalhar que dependem de uma gestão eficiente dos recursos à disposição e do fomento à cultura inovadora. As práticas podem ir além, de acordo com as demandas e características de cada empresa.
Vale ressaltar, entretanto, que é fundamental contar com uma ferramenta, como um bom ERP, para gerenciar essas atividades de forma a mantê-las alinhadas aos objetivos do negócio.
A inovação impulsiona o desenvolvimento
A gestão da inovação estabelece bases para um desenvolvimento submetido a um controle estratégico. Isso significa promover a criação e utilização de novos produtos e serviços sem abrir mão de planejamento e previsibilidade sobre os resultados. Afinal, inovar exige investimento. Investir, por sua vez, exige que os objetivos sejam analisados quanto à probabilidade de trazerem bons resultados.
O fato é que essa nova forma de trabalhar permite que as empresas se aproximem de outros atores (fornecedores, clientes, parceiros estratégicos etc.) para alinhar seus objetivos e trabalhar de forma cooperativa. A inovação aberta é um bom exemplo disso: por meio da gestão da inovação, cada vez mais empresas atraem clientes e fornecedores para participar do desenvolvimento de ideias e produtos.
Consequentemente, a empresa se torna mais flexível, ágil e capaz de criar com base nas demandas e oportunidades do mercado.
Mas, afinal, como trazer o conceito para a realidade da minha empresa?
A gestão da inovação na prática: promovendo vantagens competitivas
O primeiro passo é fomentar uma estratégia de gestão que inclua o mapeamento de oportunidades e riscos em cada atividade. Isso deve ser feito tanto na estratégia de negócios (ou seja, no setor em que a empresa atua) quanto nos departamentos da empresa. No primeiro caso, o objetivo é coletar dados para gerar insights sobre possíveis novos produtos e serviços. No segundo, o escopo é o método de trabalho, que deve ser melhorado continuamente.
Além disso, é crucial não abrir mão da previsibilidade. Sempre que uma oportunidade é identificada, a ideia concebida deve ser alvo de uma análise de lucratividade. Afinal, submeter a inovação a um processo de gestão é exatamente fugir dos investimentos incertos, ou tiros no escuro. Boas ideias sem fortes garantidas de retorno são problemáticas, pois podem comprometer financeiramente a empresa — ainda que nenhuma ideia deva ser simplesmente descartada.
Somado a isso, temos a gestão de equipes criativas. O cerne da ação disruptiva está na cultura inovadora de uma organização. Nesse sentido, saber usar com inteligência os recursos à disposição não envolve simplesmente rever softwares e demais ferramentas: é preciso conhecer os profissionais, envolvê-los nas discussões estratégicas e colocá-los em atividades nas quais eles podem ter maior rendimento.
Vale destacar a importância de lideranças capazes de motivar as equipes. Afinal, por mais consciente que os colaboradores estejam em relação aos objetivos da empresa, é essencial que eles estejam engajados nas atividades — algo que começa pela valorização do trabalho individual e coletivo, por exemplo.
São mudanças significativas e desafiadoras, mas que podem ser enfrentadas com tranquilidade por organizações que acreditam na criatividade e no potencial das suas equipes.
Quais os tipos de inovação?
É comum que a inovação corporativa seja entendida de duas maneiras: a disruptiva e a incremental.
Inovação disruptiva
A inovação disruptiva é a mais radical dentro de uma empresa. É aquela que transforma todo (ou, ao menos, parte de) um mercado com uma nova solução que o revolucione.
Exemplos não faltam, como a Uber, que entrou no nicho de transporte aproveitando um gap de conveniência, preço e praticidade que havia entre o transporte público e os serviços de táxi.
Outro exemplo foi a Apple com os iPods no começo dos anos 2000, revolucionando a forma de consumir, comprar e baixar músicas. O iPhone também pode ser encaixado nesta categoria.
Embora os celulares, em 2007, já caminhassem a largos passos em direção à inovação, pode-se dizer que o iPhone acendeu a faísca para a concretização dos smartphones como preferência do mercado.
Inovação incremental
Já a inovação incremental é aquela que, como o nome dá a entender, melhora um produto, serviço ou processo existente. É um modo de otimizar o valor ou modernizá-lo.
Os próprios smartphones, que citamos anteriormente, passam ano após ano por inovações incrementais: seja de desempenho ou nos recursos que oferece (como melhorias nas câmeras, telas maiores etc).
Níveis de inovação
Entender os níveis de inovação é essencial para compreender em qual ponto a sua empresa está quando se fala de inovar e transformar o seu negócio.
Por quê? Bom, isso tem tudo a ver com os passos que você vai tomar na estruturação da geração de ideias em sua empresa.
Para ter sucesso de verdade, não basta simplesmente incentivar que seus funcionários “sejam criativos”. É necessário direcionar essa criatividade.
E compreender os níveis é essencial para fazê-lo da melhor maneira. Confira:
1º Nível – Aprimoramento
O aprimoramento é o primeiro nível de inovação que você deve considerar em seu negócio. Ou seja, depende da realização de um overview da sua empresa, para se ter o entendimento do que já está funcionando — mas necessita de uma melhoria.
Lembrou de algo? Trata-se basicamente da aplicação da inovação incremental no negócio.
O intuito é mapear tudo que, apesar de funcionar ou estar em prática, não está 100% otimizado. Quais caminhos percorrer para melhorar esses processos, serviços ou produtos?
É a sua missão neste primeiro nível!
2° Nível – Expansão
O segundo nível trata-se da expansão da empresa. Ou seja, a compreensão de quais novos modelos de negócio você pode incorporar na organização, em busca de maior participação no mercado, o que vai impactar em novas formas de receita e melhores oportunidades de crescimento.
Aqui, é necessário que a empresa domine o seu mercado principal, mas que possuam mercados e oportunidades paralelas à sua atuação central que possam ser aproveitadas.
3° Nível – Risco
O nível de risco é o que pode ser definido como o mais experimental deles. Trata-se da materialização de ideias disruptivas e transformadoras, capazes de colocar o negócio em outro patamar.
Aqui, vale ressaltar que muitas vezes o investimento nas ideias tem um caráter — como mencionamos — mais experimental. Ou seja, o risco de fracasso existe.
Então, por que esse nível existe? É que, dependendo do negócio, a disrupção é a única forma de conseguir se destacar no futuro.
Mergulhar no terceiro nível de inovação, muitas vezes, significa atender às tendências de mercado.
Um exemplo pode ser visto nas grandes fabricantes de veículos, que só agora mostram se preocupar com a criação de veículos elétricos — correndo na esteira de companhias inovadoras e muito bem-sucedidas, como a Tesla Motors.
Onde inovar?
Uma vez que você compreenda os diferentes níveis de inovação para um negócio, é hora de entender em quais áreas focar.
Antes de qualquer coisa, vale ressaltar:
Ideias boas devem sempre ser aproveitadas. Você pode definir o setor de Marketing como foco de inovação, mas isso não quer dizer que uma boa ideia para o RH será ignorada.
Como falamos, a gestão da inovação se preocupa em sistematizar a ideação e a aplicação das melhores ideias. O responsável pela função não deve, portanto, ignorar sugestões — mas priorizar aquelas que conversem com os objetivos do negócio.
Ficou mais fácil de entender, certo? Agora, vamos compreender quais os diferentes pontos focais por trás da estratégia de inovação:
Única área
O foco da gestão da inovação pode ser em apenas uma área da empresa — não necessariamente em um setor, mas em um único processo, produto, serviço ou mesmo modelo de negócio.
Com um foco único, normalmente nos referimos à aplicação de inovações incrementais, que se reservam a um tipo de produto, serviço ou processo.
Variadas áreas
Já quando a inovação se destina a várias áreas, falamos de um processo mais complexo. Ocorre normalmente quando a empresa precisa expandir seus negócios ou investir em experimentos que a destaquem no mercado.
Com isso, é necessário tanto se preocupar com a inovação incremental para aquilo que já funciona, como também com a inovação disruptiva para criar novos projetos, produtos e serviços.
Em quais áreas se pode ter uma gestão da inovação?
E agora que você entendeu a importância da gestão da inovação, sabe onde aplicá-la? Separamos alguns pontos que devem ser prioridade para qualquer empresa.
Recomendamos que você conheça cada um deles antes de tomar as iniciativas, de modo que nenhum dos setores principais do seu negócio fiquem por fora dos esforços de inovação. Vamos lá?
Cultura Organizacional
O primeiro ponto que você deve entender é a cultura de inovação da sua empresa. Existem empresas com uma cultura já estabelecida e outras que, mesmo com anos de mercado, sequer pensaram nisso.
De uma coisa você precisa saber: a cultura de inovação não surge do nada.
Assim como você e seu time devem desenvolver, manter e aperfeiçoar a cultura organizacional do negócio, a inovação deve ser um de seus pilares.
Pergunte-se: a sua cultura de inovação está madura o suficiente para pavimentar o caminho da evolução que o negócio precisa?
Comunicação clara, transparente e muito foco na gestão da experiência humana (HXM) são essenciais nessa jornada.
Organograma Empresarial
A qual área do organograma empresarial a gestão da inovação será delegada? Como falamos, é comum que seja um processo capitaneado por profissionais de RH, mas não é raro encontrar pessoas de todos os setores responsáveis por esse tipo de evolução.
O essencial é contar com um profissionais com alta capacidade de liderança e que tenha, entre suas várias soft skills, a capacidade de ser um excelente interlocutor com a liderança e os outros envolvidos nos processos da empresa.
Relacionamento Externo
A gestão da inovação depende de uma série de fontes diferentes para se tornar esse motor inovativo que mencionamos ao longo do conteúdo.
Ou seja, esse é um setor/processo que vai beber de fontes externas e procurar se relacionar ao máximo com conhecidos de fora da organização.
Afinal, é a união de diferentes pensamentos e pontos de vista que gera soluções fora do comum. Nesse quesito, a diversidade corporativa é também extremamente importante.
Além disso, treinamentos e qualificação são atividades comuns dentro da rotina de gestão da inovação.
O intuito é sempre gerar debates, enriquecer os funcionários e fortalecer os processos com aquilo que é realmente novo.
Financeiro
Vale ressaltar também que o Financeiro tem um papel importante na gestão da inovação, sendo aquele que vai definir o orçamento para o setor.
Lembre-se que a inovação deve ser encarada como um investimento da empresa — especialmente porque, quando falamos de inovações corporativas, normalmente esperamos um retorno financeiro.
Marketing
O Marketing tem papel especial na consolidação da sua gestão da inovação, tanto interna quanto externamente.
Saber comunicar uma novidade (seja em um processo, produto ou serviço) pode fazer toda a diferença no resultado final esperado.
Aqui, vale dizer que profissionais de marketing têm muito a contribuir, estabelecendo as bases de comunicação para com funcionários e/ou clientes.
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Sabia que a TOTVS pode ajudar sua empresa no processo de estruturação e sistematização da gestão da inovação?
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Sistemas de gestão que atendem qualquer área do seu negócio, integrando dados, automatizando tarefas e otimizando a administração da empresa — independente do segmento e tamanho.
Como você aprendeu, a inovação pode até ser influenciada por fora, mas ela realmente nasce dentro do negócio.
Com um dos ERPs da TOTVS, você dá espaço para que seus funcionários foquem na gestão da inovação e possam, em pouco tempo, implementar melhorias em todos os processos.
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Conclusão
Neste artigo, descrevemos o conceito de gestão da inovação e a importância para o desenvolvimento das organizações.
Explicamos como a definição surgiu, suas bases, os diferentes níveis e em quais áreas basear sua estratégia.
Agora, que tal colocar essas ações em prática? Desejamos todo o sucesso para o seu negócio!
Se quiser conhecer um pouco mais sobre o processo de melhoria contínua dentro de uma empresa, que tal entender o que é e como fazer o mapeamento de competências?
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